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Um tremor de insegurança varreu os mercados financeiros globais nesta sexta-feira, 17 de outubro, após revelações de problemas com empréstimos inadimplentes em bancos regionais dos Estados Unidos. O medo de que as dificuldades possam ser a ponta de um iceberg levou a uma forte queda nas ações de instituições financeiras ao redor do mundo e fez investidores buscarem a segurança do ouro, que atingiu um recorde histórico.
O gatilho para o pânico foi o anúncio de dois bancos americanos de médio porte. O Zions Bancorp informou que sofreria uma perda de US$ 50 milhões com dois empréstimos , enquanto o Western Alliance Bancorp revelou estar movendo um processo judicial por conta de um empréstimo fraudulento. As ações de ambas as instituições despencaram mais de 10% no pregão de quinta-feira (16).
A frase do CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, dita um dia antes, tornou-se profética. Ao comentar falências recentes no mercado de crédito, ele afirmou: "quando você vê uma barata na cozinha, provavelmente há outras", sugerindo que mais problemas poderiam estar por vir.
O temor não ficou contido nos EUA. Nesta sexta-feira, o pânico se espalhou pelos mercados da Ásia e da Europa, resultando em pesadas perdas para o setor bancário internacional :
Os eventos trouxeram à tona a memória da crise de março de 2023, quando a quebra do Silicon Valley Bank (SVB) abalou a confiança no sistema. Embora as causas sejam diferentes, o efeito de contágio no sentimento do investidor é semelhante. Especialistas, no entanto, buscam acalmar os ânimos, classificando os problemas atuais como "idiossincráticos" (específicos de cada instituição) e não como um sinal de algo mais sistêmico.
O analista Jim Reid, do Deutsche Bank, explicou que a situação "levantou questões mais amplas sobre possíveis problemas de qualidade de crédito após um longo período de taxas de juros elevadas e expansão no crédito privado". A recente falência da fornecedora de autopeças First Brands e da financeira Tricolor Holdings já tinha deixado o mercado em estado de alerta.
Assustados, os investidores correram para ativos considerados mais seguros:
Apesar do susto, há vozes ponderadas. "Achamos que os bancos europeus estão bem capitalizados e reduziram significativamente seus riscos nos últimos 10 anos", comentou David Barker, da GAM, acrescentando que espera que a venda seja passageira, assumindo que não haja novos choques.
Com informações de: Forbes, CNBC, The Guardian, The Globe and Mail, Yahoo Finance. ■