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Tensão Comercial EUA-China se Intensifica com Novas Tarifas e Ameaças de Retaliação
Acordo temporário de maio é rompido, e Pequim acusa Washington de "duplo padrão" e hipocrisia, mas contém resposta direta
America do Norte
Foto: https://www.infomoney.com.br/wp-content/uploads/2025/02/2025-01-10T010221Z_440774621_RC2O6CAUBZUN_RTRMADP_3_USA-GLOBAL-CONFRONTATION.jpg?fit=3419%2C2280&quality=50&strip=all
■   Bernardo Cahue, 17/10/2025

Uma nova e grave escalada na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China foi deflagrada após o presidente americano, Donald Trump, impor súbitas sobretaxas de 100% sobre produtos chineses, rompendo uma trégua acordada em maio. Em resposta, o governo chinês emitiu um comunicado no dia 12 de outubro de 2025 acusando Trump de elevar a tensão comercial e ameaçando uma reação "firme", mas, até o momento, tem evitado retaliar com novas tarifas diretas.

O estopim para a ação americana, segundo a Casa Branca, foi a decisão da China de expandir sua lista de controles de exportação para elementos de terras raras e tecnologias de refino. Esses minerais são componentes vitais para uma vasta gama de produtos de alta tecnologia, de veículos elétricos a sistemas de radar militar, e a China responde por mais de 90% do fornecimento global.

O Ministério do Comércio da China defendeu suas restrições como legítimas, citando preocupações com aplicações militares em um cenário de "conflitos militares frequentes". A pasta afirmou que os controles "não são proibições de exportação" e que pedidos para uso civil que cumpram os regulamentos serão aprovados. Pequim também negou veementemente a acusação de que estaria usando seu monopólio como arma estratégica.

Além disso, a China classificou como "hipócritas" as novas tarifas de Trump, acusando os EUA de manter um "duplo padrão". O governo chinês relacionou sua decisão sobre as terras raras a uma série de medidas americanas recentes, incluindo o veto a empresas chinesas em uma lista comercial dos EUA e a imposição de taxas portuárias sobre navios ligados à China.

Esta crise surge poucos meses após os dois países terem anunciado, em maio de 2025, um acordo para reduzir drasticamente as tarifas mútuas por um período inicial de 90 dias. Naquele acordo, os EUA se comprometeram a baixar suas alíquotas de 145% para 30%, e a China, de 125% para 10%, em um claro esforço de desescalada. A relação comercial tensa entre as duas maiores economias do mundo é marcada por idas e vindas, com a assinatura de uma "Fase 1" de acordo já em 2020, que não foi suficiente para resolver as disputas de fundo.

A incerteza gerada pela retomada das hostilidades teve reflexos imediatos no mercado financeiro, derrubando ações de grandes empresas de tecnologia e causando preocupação em companhias que dependem da cadeia de produção chinesa. A tensão contribuiu para um fechamento sem rumo definido na Wall Street, com investidores balanceando o risco comercial com as expectativas de política monetária.

Analistas ponderam que a decisão da China de não retaliar imediatamente com tarifas equivalentes pode abrir um espaço para novas negociações. No entanto, caso Pequim opte por não responder ao aumento de 100%, isso também pode ser um indício de que um acordo de longo prazo deixou de ser uma prioridade para o governo chinês. O arsenal de Pequim inclui outras ferramentas, como investigações e ações regulatórias contra empresas americanas que operam no país, mantendo a tensão sobre o futuro das relações económicas bilaterais.

Com informações de: dw.com, cbn.globo.com, g1.globo.com, rtp.pt. ■