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O Kremlin confirmou nesta sexta-feira (17) que uma nova cúpula entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente americano, Donald Trump, será realizada em Budapeste, capital da Hungria. O porta-voz presidencial Dmitry Peskov disse que o encontro "poderia ocorrer dentro de duas semanas ou um pouco mais tarde".
A confirmação veio um dia após Trump anunciar em sua rede social que a conversa telefônica de duas horas com Putin havia sido "muito produtiva" e que ambos concordaram com um novo encontro pessoal. O principal objetivo da cúpula será discutir formas de pôr fim à guerra na Ucrânia.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, foi o articulador do encontro e comemorou a escolha. Em suas redes sociais, descreveu a Hungria como uma "ilha de paz" e disse que o país está pronto para fornecer todas as condições necessárias para as negociações.
Em entrevista à rádio estatal, Orbán afirmou que "Budapeste é essencialmente o único lugar na Europa hoje onde tal reunião poderia ser realizada", justificando que isso se deve ao fato de a Hungria ser "quase o único país pró-paz" no continente. Esta posição refere-se à postura crítica de Orbán em relação ao envio de armas ocidentais para a Ucrânia, uma política que ele mantém há anos.
A realização da cúpula, no entanto, enfrenta um obstáculo significativo: o mandado de prisão internacional emitido contra Vladimir Putin pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, admitiu publicamente que a logística da viagem de Putin ainda não está clara, uma vez que a Hungria é cercada por países signatários do TPI que, em tese, teriam a obrigação de deter o presidente russo se ele sobrevoasse seu espaço aéreo.
O governo húngaro, no entanto, já garantiu que Putin poderá entrar no país sem problemas. O ministro das Relações Exteriores, Péter Szijjártó, afirmou que a Hungria "lhe assegura que ele poderá entrar na Hungria, ter uma negociação bem-sucedida e depois voltar para casa".
Em abril, Orbán já havia anunciado a intenção de retirar o país do Estatuto de Roma, que criou o TPI, e recebeu o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que também é alvo de um mandado do tribunal.
Os preparativos para a cúpula avançam rapidamente. Trump informou que assessores de alto nível de ambos os países se reunirão na próxima semana para discutir a situação na Ucrânia. Os principais diplomatas, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, devem se encontrar para acertar os detalhes da reunião presidencial.
O anúncio da cúpula em Budapeste ocorreu na véspera de Trump receber o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca. Um dos principais temas dessa reunião foi a possibilidade de os Estados Unidos fornecerem mísseis de cruzeiro de longo alcance Tomahawk para a Ucrânia. De acordo com assessores do Kremlin, Putin deixou claro em sua conversa com Trump que o fornecimento desses mísseis "danificaria significativamente as relações" entre Rússia e EUA.
Esta será a segunda reunião entre Trump e Putin este ano, após um encontro no Alasca, em agosto, que não gerou progressos tangíveis em direção à paz.
Com informações de: AA.com.tr, Axios, AP News, CBN, Euronews, G1, Newsweek, The Guardian, Xinhua. ■