Siga nossas redes sociais
Logo     
Siga nossos canais
   
Justiça dos EUA bloqueia demissões em massa de funcionários federais durante shutdown
Decisão judicial em Massachusetts suspende programa de demissão voluntária imposto pela administração Trump, classificando a medida como "arbitrária e ilegal"
America do Norte
Foto: https://jpimg.com.br/uploads/2025/01/e3260f2807e7876cfee196155e2657d7f688290b-675x450.jpg
■   Bernardo Cahue, 16/10/2025

Um juiz federal em Massachusetts suspendeu o plano do governo do presidente Donald Trump para demitir em massa funcionários públicos federais durante a paralisação do governo (shutdown), que já dura mais de duas semanas. A decisão, emitida em fevereiro de 2025, representa uma significativa derrota para a estratégia da Casa Branca de usar o impasse orçamentário para reduzir a máquina pública.

A ação judicial que resultou na suspensão foi movida pela Federação Americana de Funcionários do Governo (AFGE) e outros sindicatos, que argumentaram que o plano, que dava aos funcionários um prazo curto para aderir a um programa de demissão voluntária, era "arbitrário, ilegal e demasiado breve". O sindicato afirmou que o governo não poderia realizar essas demissões apenas porque o financiamento federal foi interrompido.

O Plano de Demissões e a Conexão com Elon Musk

O controverso programa de demissões foi uma iniciativa do conselheiro de Trump, o bilionário Elon Musk, nomeado para liderar o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) com o objetivo de cortar gastos. A proposta oferecia uma indenização equivalente a oito meses de salário para os funcionários que aceitassem sair voluntariamente, mas os obrigava a renunciar a qualquer ação judicial futura.

Everett Kelley, presidente da AFGE, foi veemente em sua crítica, alertando os funcionários: "Os funcionários federais não se devem deixar enganar pela conversa de bilionários não eleitos e seus lacaios".

O Cenário do Shutdown e as Demissões Iniciais

O shutdown do governo dos EUA entrou em vigor em 1º de outubro de 2025, após o Congresso não aprovar a lei orçamentária. O impasse central gira em torno da exigência dos democratas de estender os subsídios ao sistema de saúde Affordable Care Act (Obamacare), enquanto os republicanos preferem discutir o assunto posteriormente.

Apesar do bloqueio judicial anterior sobre o "ultimato", a Casa Branca anunciou em outubro que iniciara uma nova rodada de demissões em massa, com o diretor de orçamento, Russ Vought, declarando publicamente que os "RIFs começaram" – referindo-se aos avisos de "reduction in force". Autoridades confirmaram que as demissões atingiriam agências como Educação, Saúde, Segurança Interna e Tesouro.

Impacto e Reações

As demissões e a perspectiva de cortes mais amplos geraram confusão e medo entre os funcionários públicos, além de impactar serviços essenciais. A paralisação já causou atrasos em aeroportos e fechamento de museus e instituições culturais.

A medida foi condenada não apenas por democratas, mas também por algumas vozes republicanas. A senadora Susan Collins afirmou que demitir funcionários federais poderia "causar danos às famílias no Maine e em todo o país".

Próximos Passos

O magistrado que suspendeu o plano de demissão voluntária marcou uma nova audiência para análise do caso. Enquanto isso, o shutdown continua sem previsão de término, com o presidente da Câmara, Mike Johnson, admitindo que o país pode caminhar para "uma das mais longas paralisações da história americana".

Com informações de: G1, UOL, Poder360, O Globo, CBN, Veja, Agência Brasil. ■