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Uma unidade militar de elite anunciou a tomada do poder em Madagascar nesta terça-feira (14), dissolvendo todas as instituições, exceto o Parlamento. A ação ocorreu minutos após os deputados votarem e aprovarem o impeachment do presidente Andry Rajoelina, que já havia fugido do país diante de uma rebelião militar e de protestos massivos que exigiam sua renúncia.
O coronel Michael Randrianirina, chefe da unidade CAPSAT, leu um comunicado na rádio nacional malgaxe: "Assumimos o poder". Ele afirmou que um comitê com oficiais do Exército, da Gendarmaria e da Polícia Nacional exercerá as funções da presidência, com a promessa de formar um governo civil em alguns dias.
O presidente deposto, Andry Rajoelina, havia deixado Madagascar na segunda-feira (13) em um avião militar francês, segundo fontes. Em um discurso transmitido on-line de um "local seguro", Rajoelina afirmou que foi "forçado a encontrar um lugar seguro para proteger a minha vida", mas se recusou a renunciar.
Os protestos em Madagascar são parte de uma onda global de manifestações da Geração Z, que adotou a bandeira Jolly Roger do mangá "One Piece" como um símbolo universal de luta contra a corrupção e as elites governantes.
Um estudante de medicina malgaxe, que participou dos protestos, explicou a conexão: "No anime, os heróis são frequentemente adolescentes que lutam contra uma classe dominante extremamente corrupta... É isso que nos inspirou". O símbolo também foi visto em protestos recentes no Peru, Indonésia, Nepal e Marrocos.
Madagascar é um dos países mais pobres do mundo, com 75% de sua população de 30 milhões vivendo abaixo da linha da pobreza. Apenas um terço dos habitantes tem acesso à eletricidade, e o fornecimento é marcado por cortes constantes. Segundo a ONU, pelo menos 22 pessoas morreram nos confrontos entre manifestantes e forças de segurança desde o início dos protestos.
Com informações de: BBC, CNN Brasil, Euronews, France24, G1, The Guardian. ■