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Em uma declaração que contradiz a posição de outro alto diplomata, o assessor do Kremlin, Yuri Ushakov, afirmou nesta quinta-feira que os esforços da Rússia e dos Estados Unidos para pôr fim ao conflito na Ucrânia permanecem vivos. A fala foi uma resposta a comentários do vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, que, um dia antes, havia dito que o ímpeto para a paz gerado pela cúpula de Anchorage estava "em grande parte esgotado".
Na quarta-feira (8), Sergei Ryabkov, vice-ministro das Relações Exteriores, havia feito uma avaliação pessimista sobre o estado das negociações. Ele afirmou que o forte impulso para acordos surgido após o encontro entre os presidentes Vladimir Putin e Donald Trump, em 15 de agosto no Alasca, havia sido "em grande parte esgotado". Ryabkov atribuiu a estagnação às "ações destrutivas, em primeiro lugar dos europeus", referindo-se aos aliados da Ucrânia que, segundo Moscou, minaram os esforços de paz.
Entretanto, na quinta-feira (9), Yuri Ushakov, assessor de Putin, apresentou uma versão diametralmente oposta. De acordo com a agência de notícias estatal TASS, Ushakov declarou que as "alegações de que o ímpeto de Anchorage está desaparecendo, ou que se esgotou, são completamente incorretas". Ele acrescentou que a Rússia "continua a trabalhar com os americanos com base no que foi acordado entre os presidentes em Anchorage".
A reunião de alto nível entre Trump e Putin em Anchorage foi realizada em meio a grandes expectativas, mas não conseguiu produzir avanços concretos para encerrar a guerra, que já dura mais de três anos e meio. Desde então, Trump, que prometera acabar com o conflito rapidamente, tem expressado crescente frustração publicamente, chegando a criticar Putin e a chamar a Rússia de "tigre de papel".
Enquanto isso, Moscou mantém sua posição pública de estar aberta a um acordo diplomático, mas ressalta que continuará a buscar seus objetivos militarmente se não for possível chegar a um entendimento. A Rússia controla cerca de 20% do território ucraniano e exige que Kiev e seus aliados ocidentais "aceitem a nova realidade" da anexação dessas regiões, uma exigência que a Ucrânia rejeita categoricamente.
As declarações contraditórias dentro do governo russo ocorrem em um momento de incerteza sobre o futuro das negociações:
Enquanto o Kremlin publicamente insiste na força do canal diplomático com Washington, a contradição entre suas próprias autoridades revela os desafios e as possíveis divisões na estratégia russa para encerrar a guerra.
Com informações de: CNN Brasil, Terra, Público, Sapo, Brasil de Fato, BBC, G1. ■