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Ativistas em Pretória exigem rompimento completo da África do Sul com Israel
Protestos na capital sul-africana pedem o fechamento da embaixada israelense e o corte de relações econômicas e diplomáticas, ampliando a pressão sobre o governo de Cyril Ramaphosa
Africa
Foto: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcT_6atOccj_A9sn1d310WgNMbDYb2rzUIYIPg&s
■   Bernardo Cahue, 07/10/2025

Nesta sexta-feira, manifestantes se reuniram do lado de fora da Embaixada de Israel em Pretória, na África do Sul, em um protesto que exigia mudanças radicais na política externa do país. Os ativistas carregavam bandeiras palestinas e cartazes, condenando as ações militares de Israel e exigindo o fechamento da embaixada, a expulsão do embaixador israelense e o rompimento de todos os laços e acordos econômicos com o país.

O estopim da crise

A onda de protestos foi impulsionada pela interceptação pela marinha israelense da "Flotilha Global Sumud", uma missão civil que tentava levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza Durante o protesto, o ativista Nkrumah Kgagudi descreveu as detenções de ativistas da flotilha não apenas como um sequestro de indivíduos, mas como a "perpetração de um crime cometido contra a humanidade".

As demandas do povo nas ruas

Além do fechamento da embaixada, os organizadores do protesto defendem uma postura mais dura do governo, incluindo:

  • A expulsão do encarregado de negócios israelense e de todo o pessoal da embaixada.
  • A implementação de políticas de boicote, desinvestimento e sanções (BDS) contra Israel, seguindo o modelo usado contra o apartheid sul-africano.
  • Um embargo na exportação de carvão sul-africano para territórios ocupados.

O posicionamento do governo

Em resposta à pressão popular, o governo sul-africano está formalmente considerando o fechamento da embaixada israelense. Ronald Lamola, Ministro das Relações Internacionais e Cooperação, declarou que o Gabinete deve tomar uma decisão sobre o assunto até o final deste ano. Lamola ressaltou que a autoridade para tal decisão "repousa unicamente sobre o Gabinete" e que a embaixada israelense já permanece com operações downgraded, lidando apenas com processos de vistos e viagens de civis, sem relações políticas, diplomáticas ou econômicas plenas.

Um cenário de pressão crescente

Estes protestos não são um evento isolado. Eles refletem a longa história de solidariedade da África do Sul com a causa palestina. O governo sul-africano já moveu uma ação contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça (CIJ), acusando o país de cometer genocídio em Gaza, e o presidente Cyril Ramaphosa já condenou publicamente a interceptação da flotilha, classificando-a como uma violação do direito internacional e de uma liminar da CIJ. Organizadores anunciaram que novos protestos estão planejados para os próximos dias em todo o país, mantendo a pressão sobre as autoridades.

Com informações de: arise.tv, correiokianda.info, dailynews.co.za, horadopovo.com.br