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Um controverso raide noturno conduzido pela Patrulha de Fronteira dos EUA (U.S. Border Patrol) em um prédio de apartamentos em Chicago intensificou o debate sobre as táticas de imigração do governo Trump. A operação, que incluiu agentes rappelando de helicópteros Black Hawk e arrombando portas, tinha como alvo supostos membros de gangues, mas acabou prendendo cidadãos norte-americanos e famílias, gerando relatos de táticas agressivas e trauma.
De acordo com relatos de residentes à Reuters e The Economic Times, a ação foi marcada por uso de força e comentários inapropriados por parte dos agentes. Naudelys, uma mulher venezuelana de 19 anos, relatou que os agentes arrombaram a porta de seu apartamento, apontaram armas para ela, seu filho de 4 anos e outros ocupantes, e fizeram um comentário sexualizado sobre mulheres venezuelanas, ordenando que voltassem para seu país.
"Meu filho ficou traumatizado", disse Naudelys, que pediu para não ter seu sobrenome divulgado. Ela também contou que um agente derrubou seu celular quando ela tentou gravar a cena e que um homem foi agredido na frente de sua criança.
Um porta-voz do Departamento de Segurança Interna (DHS) confirmou a operação, identificando-a como parte da "Operação Midway Blitz". As autoridades alegaram que o foco era membros da gangue venezuelana Tren de Aragua, classificada como organização terrorista, e que a ação foi realizada em parceria com o FBI e a ATF.
O DHS informou que a operação resultou em:
O porta-voz afirmou que a operação "foi realizada em total conformidade com a lei", mas se recusou a detalhar se os agentes tinham mandados para arrombar as residências, citando "sensibilidades" devido ao caráter terrorista do grupo alvo.
Este raide evidencia a estratégia expandida da administração Trump de utilizar a Patrulha de Fronteira como força de reforço em grandes cidades, um movimento que tem sido criticado por autoridades locais. O governador de Illinois, JB Pritzker, classificou o uso de agentes armados na cidade como "autoritarismo".
Gil Kerlikowske, ex-comissário da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, expressou preocupação, destacando que policiar um ambiente urbano é "total e completamente diferente" do trabalho na fronteira, e que táticas agressivas podem corroer a confiança da comunidade.
Com informações de: The Economic Times, Reuters. ■