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Os americanos estão enfrentando o momento mais difÃcil do mercado imobiliário em uma geração, com muitos jovens testemunhando o sonho da casa própria desaparecer diante de seus olhos. As taxas de hipoteca atingiram nÃveis históricos no outono passado, e embora tenham caÃdo ligeiramente desde então, os preços dos imóveis permanecem dolorosamente elevados, enquanto o estoque limitado de moradias não consegue acompanhar a demanda.
Brandie Grant, 35 anos, moradora da área da BaÃa de São Francisco – um dos mercados imobiliários mais caros do paÃs – ilustra bem o drama. Apesar de ganhar US$ 76.000 por ano como consultora sênior, ela mal consegue pagar suas contas após liquidar mensalmente US$ 500 de sua dÃvida estudantil de mais de US$ 90.000. "Não coloquei um centavo sequer em meu fundo de aposentadoria, portanto, não há esperança alguma de que eu tenha uma casa própria", desabafa.
O tempo necessário para economizar para uma entrada imobiliária nos EUA chega a nove anos para o comprador médio, de acordo com dados da Zillow. Essa realidade forçou mudanças radicais de planejamento: 54% dos inquilinos americanos que desejam comprar uma casa acham improvável que consigam fazê-lo algum dia.
Paralelamente à crise habitacional, o mercado de trabalho apresenta desafios crescentes, particularmente para os jovens. A porcentagem de americanos entre 18 e 24 anos que relataram levar mais de um ano para encontrar um emprego triplicou no terceiro trimestre de 2025 em comparação com o final de 2022.
Kirsten Staple é um exemplo dessa tendência: ela se inscreveu em mais de 500 vagas desde que se formou em psicologia em 2022 pela Universidade do Texas, sem sucesso. Recentemente, começou a se candidatar para qualquer emprego em tempo integral, incluindo em supermercados, mas continua desempregada:.
Os dados mais recentes mostram que a criação de vagas nos EUA teve seu pior desempenho em meses. Em julho de 2025, foram criadas apenas 73.000 vagas – o número mais fraco desde outubro do ano anterior – enquanto a taxa de desemprego subiu para 4,2%.
O impacto dessa estagnação econômica vai além das finanças pessoais, afetando decisões de vida fundamentais:
Jeremy Andersson, um especialista em marketing digital de 40 anos que mora ao norte de Atlanta, captura o sentimento de muitos: "Desistimos da casa própria. Não vou pagar US$ 350.000 por uma casa decadente. Não vou mais jogar seu jogo. Estou farto".
Especialistas sugerem que a solução sustentável para a crise habitacional passa por facilitar a construção de moradias, o que poderia melhorar a acessibilidade de forma mais duradoura do que simples flutuações nas taxas de juros.
Para jovens compradores, economistas recomendam:
No frente laboral, a expectativa é que o Federal Reserve reduza as taxas de juros ainda em 2025, o que poderia estimular o mercado. Entretanto, incertezas sobre polÃticas governamentais continuam a afetar a confiança de empregadores e trabalhadores.
Esta crise multifacetada representa mais do que números econômicos – ela redefine o contrato social americano e questiona o próprio significado do "Sonho Americano" para uma geração inteira. Como resume Andersson: "Fizemos tudo o que deverÃamos fazer. Fomos para a faculdade. Conseguimos empregos. Trabalhamos duro. É culpa de um sistema mal planejado".
Com informações de: CNN Brasil, Agência Brasil, O Globo, Times Brasil, BBC. ■