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Putin rejeita presença de tropas estrangeiras na Ucrânia
Líder russo critica proposta ocidental de envio de forças de segurança e condiciona aceitação a tropas de países neutros, como China e Brasil, além de forças de paz da ONU; União Europeia, com destaque para a Alemanha, mantém pressão com sanções econômicas
Leste Europeu
Foto: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTsgxKfKj1596LQvPUFfrcBr_EYh-dhKCZx3Q&s
■   Bernardo Cahue, 05/09/2025

O presidente russo, Vladimir Putin, rejeitou categoricamente a presença de tropas estrangeiras na Ucrânia, tanto durante o conflito quanto após um eventual acordo de paz. Em pronunciamento durante o Fórum Económico do Leste, em Vladivostok, Putin afirmou que quaisquer tropas ocidentais enviadas ao território ucraniano seriam consideradas "alvos legítimos" pelas forças russas.

A declaração foi uma resposta direta ao anúncio feito por 26 países, majoritariamente europeus, que se comprometeram a formar uma "força de segurança" para a Ucrânia em caso de acordo de paz. A proposta, coordenada pelo presidente francês Emmanuel Macron, prevê a presença militar em terra, mar ou ar para dissuadir novas agressões russas.

Putin argumentou que a presença de tropas ocidentais na Ucrânia, especialmente aquelas vinculadas à OTAN, é uma das causas fundamentais do conflito e não contribui para uma paz duradoura. Ele reiterou que a Rússia cumpriria integralmente qualquer acordo de segurança futura, tornando desnecessária a presença de forças estrangeiras.

Como contraponto, o líder russo propôs a aceitação de tropas de países não diretamente envolvidos no conflito, como China e Brasil, além de forças de paz das Nações Unidas. Essa proposta foi mencionada no contexto das recentes negociações com o presidente dos EUA, Donald Trump, que busca mediar um cessar-fogo.

Além disso, Putin convidou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para conversações em Moscou, garantindo "condições de segurança completas". No entanto, Zelensky já sinalizou que desconfia das intenções russas e exige um cessar-fogo imediato como ponto de partida para negociações.

Enquanto isso, a União Europeia, sob liderança de países como a Alemanha, mantém a pressão sobre a Rússia através de sanções económicas. O 18º pacote de medidas restritivas, aprovado em julho de 2025, visa setores estratégicos como energia, bancário e militar, com o objetivo de reduzir a capacidade financeira e militar russa.

As sanções incluem:

  • Redução do teto de preço do petróleo bruto russo para US$ 47,60 por barril.
  • Proibição de transações relacionadas aos gasodutos Nord Stream.
  • Restrições a mais de 2.500 pessoas e entidades, incluindo bancos chineses e uma refinaria indiana.

Essas medidas, consideradas "sem precedentes" pela diplomacia europeia, reflectem a postura dura da UE frente à guerra na Ucrânia. Especialistas argumentam que, embora as sanções não alterem imediatamente o cálculo de Putin, elas enfraquecem a economia russa a longo prazo.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acusou os europeus de "atrapalharem" a resolução do conflito e reafirmou que a presença de tropas da OTAN na Ucrânia seria uma ameaça direta à segurança russa.

Com informações de: Observador, Consilium, G1, Al Jazeera, O Globo, RFI, UOL, CNN Brasil, Times Brasil. ■