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Ataque russo a fábrica americana na Ucrânia eleva tensões globais
Presidente Trump condena ofensiva e ameaça novas sanções contra Moscou enquanto crise diplomática se intensifica
Leste Europeu
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■   Bernardo Cahue, 25/08/2025

As forças russas lançaram um massivo ataque noturno com drones e mísseis contra o oeste da Ucrânia na quinta-feira (21/08/2025), atingindo alvos civis e industriais, incluindo uma fábrica de propriedade norte-americana. O ataque é um dos maiores realizados pela Rússia este ano e ocorre em meio a frágeis negociações de paz.

A fábrica da Flex, localizada perto da fronteira com a Hungria, foi um dos alvos atingidos. A instalação é uma das maiores investimentos estadounidenses na Ucrania e employava centenas de trabalhadores. No momento do impacto, 600 funcionários estavam presentes, resultando em seis feridos. Andy Hunder, presidente da Câmara de Comercio Estadounidense na Ucrânia, condenou veementemente o ataque: "Rússia ataca negocios estadounidenses na Ucrânia e humilha os negocios estadounidenses".

Além da fábrica americana, o ataque russo causou destruição em 26 edificios residenciais, um jardim de infância e estruturas administrativas na cidade de Leópolis, resultando em pelo menos uma morte e 15 feridos. Testemunhas relataram que mísseis de cruzeiro com munhões de fragmentação foram utilizados no ataque.

O Ministério da Defesa russo justificou a ofensiva alegando que visava "empresas do complexo militar-industrial ucraniano", incluindo fábricas de drones, depósitos de armazenamento e locais de lançamento de mísseis. Moscou nega consistentemente atingir áreas civis.

Em resposta ao ataque, o presidente Donald Trump criticou veementemente a Rússia e questionou publicamente a estratégia militar ucraniana, afirmando: "É muy difícil, se não impossível, ganhar uma guerra sem atacar o país invasor". Trump também culpou seu antecessor, Joe Biden, por não fornecer a Ucrânia o armamento necessário para "contra-atacar" efetivamente.

Trump, que recentemente encontrou-se com Vladimir Putin no Alasca e recebeu Volodymyr Zelensky na Casa Branca, emitiu um ultimato à Rússia para negociar um cessar-fogo, ameaçando impor "sanções massivas, tarifas massivas ou ambos" se um acordo não fosse alcançado dentro de dez dias. Essa postura agressiva levou a uma troca de ameaças nucleares entre as duas potências, com Trump ordenando o posicionamento de submarinos nucleares próximos à Rússia em resposta às provocações do vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitry Medvedev.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, respondeu ao ataque condemnando as ações de Moscou "en medio del impulso por la paz" e acusou a Rússia de não mostrar sinais genuínos de buscar negociações significativas. Zelensky pediu à comunidade internacional que intensifique a pressão sobre Moscou através de sanções mais severas e tarifas comerciais.

Este ataque ocorre em um contexto diplomático complexo, onde:

  • Rússia exige o reconhecimento de sua soberania sobre Crimea, Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhya e Kherson como condição para paz [citation:4]
  • Estados Unidos e Europa avaliam opções de garantias de segurança para a Ucrânia sem envolver tropas terrestres americanas
  • Putin afirma estar pronto para reunir-se com Zelensky, mas apenas após resolução de questões-chave por negociadores

Analistas militares sugerem que a Rússia está ganhando tempo para consolidar gains territoriais no leste da Ucrânia, onde avança a uma média de 15-16 km² por día, fortalecendo sua posição negociadora em futuras discussões de paz.

Com informações de: AP News, CNN Brasil, BBC.com, Gazeta do Povo