A aprovação do presidente Donald Trump atingiu o nível mais baixo já registrado para um mandatário norte-americano em seus primeiros seis meses de governo desde 1961, com apenas 37% de apoio popular, de acordo com pesquisas recentes. O cenário de crise multifatorial combina inflação endêmica, políticas immigrationistas disruptivas, repressão interna, contradições na política externa e revoltas setoriais que abalam a base eleitoral da Casa Branca.

A inflação persistente, que atingiu 2,7% em junho de 2025, tornou-se o principal catalisador do descontentamento popular. Contrariando as promessas de campanha de eliminar a inflação "no primeiro dia", a estratégia trumpista de tarifas generalizadas exacerbou a pressão sobre os preços internos. Estudos do Yale Budget Lab indicam que o conjunto de tarifas implementadas em 2025 elevou o nível geral de preços em 2,3% no curto prazo, representando uma perda de poder aquisitivo de US$ 3.800 por família anualmente.

O setor alimentício foi particularmente impactado, com:

• Preços de vestuário aumentando 17% devido às tarifas
• Preços de alimentos frescos subindo 4%
• Preços de veículos motorizados elevando-se 8,4%

As redes de fast-food manifestaram forte insatisfação com as tarifas específicas sobre produtos brasileiros, incluindo carne bovina e frutas tropicais. O Brasil, terceiro maior fornecedor de carne bovina aos EUA, enfrenta tarifas de 50% sobre produtos como café, carne bovina e frutas tropicais, disruptando cadeias de abastecimento estabelecidas e forçando aumentos de preços aos consumidores.

Na frente immigrationista, a política de deportações em massa - com meta de 3.000 trabalhadores indocumentados deportados diariamente - provocou caos econômico em setores dependentes desta mão-de-obra. Relatos de escassez de trabalhores em hospedagem, agricultura e construção civil multiplicam-se, com empregadores reportando dificuldades críticas de contratação.

Paralelamente, a utilização da Guarda Nacional para operações de repressão interna gerou ampla condenação civil, alimentando os protestos de rua que crescem desde abril de 2025. O movimento "Hands Off", que reuniu entre 3 e 5 milhões de pessoas em mais de 1.400 localidades, representa a maior mobilização popular desde os protestos de George Floyd em 2020.

Na política externa, a postura conciliatória em relação ao presidente russo Vladimir Putin após o encontro no Alasca contrastou radicalmente com o discurso de campanha. Trump abandonou publicamente a demanda por um cessar-fogo imediato na Ucrânia, alinhando-se com a posição russa de negociar um acordo de paz abrangente - movimento que isolou os EUA de aliados europeus e frustrou expectativas ucranianas.

O sistema financeiro também demonstra insatisfação com as pressões sobre o Federal Reserve para redução de juros. Com a taxa de fundos federais em 4,33% e a taxa prime em 7,5%, instituições financeiras resistem às tentativas de intervenção política na autoridade monetária, temendo impactos inflacionários adicionais.

Internacionalmente, a estratégia de desdolarização acelerada por múltiplos países - incluindo nações do BRICS - contribui para a desvalorização mundial do dólar, minando ainda mais a confiança na economia norte-americana.

O cenário de crise catalisou pedidos formais por impeachment que ecoam nas principais cidades americanas. Protestos coordenados por uma coalizão de 150 grupos progressistas, sindicais e de direitos civis demandam a remoção de Trump por "ultrapassar os limites administrativos em múltiplas frentes" e por "ataques à democracia norte-americana".

Com a aprovação entre eleitores independentes despencando para 64% de desaprovação

Com informações de: BBC.com, Newsweek.com, Wikipedia.org, TaxFoundation.org, NPR.org, Tastewise.io, FarmDocDaily.Illinois.edu, Yale Budget Lab, FederalReserve.gov, APublica.org