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A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira (19) a Operação Galho Fraco, cumprindo sete mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e no Rio de Janeiro. Os alvos são os deputados federais Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da bancada do partido na Câmara, e Carlos Jordy (PL-RJ). A ação, autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), investiga um suposto esquema de desvio de recursos da cota parlamentar e lavagem de dinheiro.
As movimentações financeiras sob suspeita atingem valores vultosos:
De acordo com as investigações, o núcleo do suposto crime está no uso irregular da cota parlamentar – verba pública destinada a custear despesas do mandato, como aluguel de carros. A PF apura que os recursos eram desviados por meio de contratos simulados com empresas de locação de veículos, algumas apontadas como de fachada.
O relatório da PF destaca indícios da prática de "smurfing", uma técnica de lavagem de dinheiro. Ela consiste em realizar saques sempre abaixo de R$ 10 mil para tentar burlar os sistemas de monitoramento financeiro.
Sóstenes Cavalcante, 50 anos, é pastor evangélico e está no terceiro mandato como deputado federal. Ele foi eleito líder do PL – maior bancada da Câmara – em fevereiro de 2025, tornando-se uma das vozes principais da direita no Congresso. Sua atuação parlamentar é marcada por pautas conservadoras, como a defesa da família e a redução da maioridade penal.
Carlos Jordy também é deputado federal pelo PL-RJ e foi candidato à prefeitura de Niterói em 2024. Ele integra a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do INSS e tem usado suas redes sociais para se posicionar contra o governo.
A operação desta sexta é um desdobramento direto de uma ação anterior, realizada em 19 de dezembro de 2024, que mirou assessores dos parlamentares. Na ocasião, a Procuradoria-Geral da República (PGR) entendeu que não havia indícios suficientes contra os deputados, e o ministro Flávio Dino autorizou mandados apenas para os auxiliares.
Com o avanço das investigações ao longo de 2025, que incluíram a análise de quebras de sigilo e o cruzamento de dados financeiros, a PF apresentou novos elementos ao STF. Dessa vez, a PGR não se manifestou contra, e Dino autorizou as medidas contra os próprios parlamentares, incluindo a quebra de seus sigilos bancários e telefônicos.
Enquanto Sóstenes Cavalcante não se manifestou publicamente até o momento , Carlos Jordy utilizou as redes sociais para se defender. Jordy classificou a operação como "perseguição implacável" e "pesca probatória" por parte do ministro Flávio Dino .
Em nota, Jordy afirmou que a empresa de locação investigada é utilizada por seu gabinete desde 2019 e que "não cabe ao parlamentar fiscalizar a frota ou a estrutura interna da empresa contratada". Ele também vinculou a ação policial ao seu trabalho na CPMI do INSS, sugerindo motivação política.
A operação Galho Fraco investiga crimes de peculato (desvio de verba pública), lavagem de dinheiro e organização criminosa. Com o material apreendido, a PF e a PGR devem dar continuidade às investigações para apurar a responsabilidade de cada um dos envolvidos.
O caso, por envolver parlamentares com foro privilegiado, será julgado diretamente pelo Supremo Tribunal Federal.
Com informações de: G1, Agência Brasil, CNN Brasil, Poder360, Revista Oeste ■