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Pelo menos cinco caças F-18 da Marinha dos Estados Unidos sobrevoaram uma área do Mar do Caribe a menos de 100 quilômetros de Caracas, capital da Venezuela, na tarde desta quinta-feira (18 de dezembro de 2025). Os dados de rastreamento do site FlightRadar mostraram que as aeronaves começaram a surgir nos radares por volta das 15h15 (horário de Brasília) e iniciaram o afastamento da costa por volta das 19h. Dois dos caças chegaram a se posicionar a pouco mais de 200 km da costa, enquanto outros dois operaram a uma distância inferior a 100 km da capital venezuelana.
Este não é um incidente isolado. Na terça-feira (10 de dezembro), um par de caças F/A-18 Super Hornet realizou um voo de mais de 30 minutos sobre o Golfo da Venezuela, uma área marítima cercada pelo território venezuelano. Um oficial de defesa dos EUA, sob anonimato, descreveu a operação como um "voo de treinamento de rotina" em espaço aéreo internacional. Especialistas, no entanto, veem uma manobra mais complexa.
Um EA-18G Growler, jato de guerra eletrônica projetado para interromper e enganar sistemas de defesa aérea, também foi rastreado na região. Analistas militares, como o ex-marechal da RAF Greg Bagwell, afirmam que a missão parece ser de "sondagem" das defesas venezuelanas, coletando inteligência sobre radares e sistemas de mísseis.
Os voos ocorrem no contexto da maior movimentação militar dos EUA na região em décadas. A operação "Southern Spear" reúne cerca de 15.000 militares americanos no Caribe. A força tarefa inclui:
O presidente Donald Trump declarou que a Venezuela está "completamente cercada pela maior Armada já reunida na história da América do Sul".
A justificativa pública para o cerco é o combate ao narcotráfico. O governo Trump acusa o presidente Nicolás Maduro e seu governo de liderarem um "cartel de drogas". Como parte desta campanha, os EUA realizaram uma série de ataques letais a embarcações no Caribe e no Pacífico Leste desde setembro, que já mataram cerca de 100 pessoas segundo registros.
Na terça-feira (16 de dezembro), Trump anunciou um bloqueio naval contra todos os navios petroleiros sob sanções que entram ou saem da Venezuela. O governo venezuelano classificou a medida como uma "ameaça grotesca" e uma tentativa de "roubar as riquezas da pátria". A Marinha venezuelana já começou a escoltar navios petroleiros que deixam seus portos.
Em resposta à escalada, o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, reafirmou o compromisso das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas em defender o espaço aéreo e a soberania do país. Ele citou o comando de defesa aérea (CODAI), equipado com radares modernos e sistemas de mísseis, como a vanguarda desta defesa.
A comunidade internacional expressa preocupação. O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, foi contactado por Maduro. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, pediu que a ONU atue para "evitar qualquer derramamento de sangue". Já o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse estar "preocupado com as atitudes de Trump" e ofereceu mediação para o diálogo.
A escalada já tem impactos concretos além da política:
Com informações de: G1, Military.com, Al Jazeera, Venezuelanalysis, Sapo, Associated Press, BBC, Ed Rota Cultural, Bloomberg Government■