Siga nossas redes sociais | ![]() | Siga nossos canais |
O anúncio de um "bloqueio total e completo" a navios petroleiros sancionados pelo presidente Donald Trump é a face mais visível e beligerante de uma campanha de pressão econômica de longa data contra a Venezuela. No entanto, essa medida militar é apenas a ponta do iceberg de uma estratégia abrangente de embargo financeiro. Anteriormente, forças dos EUA já haviam apreendido o petroleiro Skipper na costa venezuelana, um ato classificado por Caracas como "pirataria" e "roubo descarado". O objetivo declarado é sufocar economicamente o regime de Nicolás Maduro, atacando seu principal sustento: a indústria petrolífera, responsável por quase todas as receitas do país.
A ofensiva econômica dos EUA se sustenta em três eixos principais, que vão muito além das apreensões de navios:
Analistas e relatórios independentes alertam que o impacto das sanções é devastador para a população civil, contradizendo o discurso oficial de que são "cirúrgicas". Um estudo do Center for Economic and Policy Research (CEPR) estimou que as sanções causaram mais de 40.000 mortes apenas entre 2017 e 2018, ao reduzirem drasticamente o acesso a alimentos e medicamentos importados. A economia, já frágil, foi empurrada para um colapso hiperinflacionário, agravando a crise migratória. Para esses críticos, num contexto de escassez generalizada, o embargo financeiro funciona como uma arma de guerra silenciosa, com efeitos letais.
O governo venezuelano respondeu à última escalada denunciando-a perante o Conselho de Segurança da ONU como um ato de "pirataria estatal" que viola o direito internacional e a livre navegação. Internamente, Maduro tenta diversificar parcerias, dependendo da China para escoar parte de seu petróleo e contando com apoio político-diplomático de aliados. A medida de Trump também gerou reações domésticas nos EUA, onde o congressista Joaquin Castro (democrata) classificou o bloqueio naval como "inquestionavelmente um ato de guerra" não autorizado pelo Congresso.
O caso venezuelano estabelece um precedente perigoso no sistema internacional. O confisco de ativos soberanos, como o ouro no Banco da Inglaterra, gera desconfiança na segurança do sistema financeiro ocidental. Paralelamente, a estratégia de pressionar mudanças de governo por meio do colapso econômico levanta profundas questões sobre soberania, direito internacional e os custos humanos aceitáveis na política externa.
Com informações de: CNN Brasil, Revista Oeste, Hora do Povo, The Washington Post, Al Jazeera, Wikipedia, Progressive International, Associated Press, U.S. Department of the Treasury, Autonomia Literária ■