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Em uma ação sem precedentes, forças dos Estados Unidos apreenderam, na última quarta-feira (10), o petroleiro Skipper nas proximidades da costa da Venezuela. A operação foi anunciada pelo presidente Donald Trump, que descreveu a embarcação como "muito grande, na verdade, o maior já apreendido".
De acordo com fontes e imagens divulgadas, a apreensão foi executada por uma força-tarefa que incluiu:
O governo venezuelano classificou a ação como um "roubo descarado" e um "ato de pirataria internacional", prometendo denunciar o caso em todos os fóruns internacionais. Autoridades americanas, no entanto, justificam a medida alegando que o Skipper fazia parte de uma rede que burla sanções e apoia organizações terroristas.
O navio apreendido é uma peça da chamada "frota fantasma" ou "frota paralela", uma rede global de embarcações especializadas em transportar petróleo de países sob sanções, como Venezuela, Irã e Rússia. Estima-se que 1 em cada 5 petroleiros no mundo esteja envolvido nesse tipo de comércio.
Esses navios operam através de táticas de evasão, que incluem:
O Skipper em particular estava sob sanções dos EUA desde 2022, acusado de transportar petróleo para beneficiar a Guarda Revolucionária do Irã e o grupo Hezbollah. A embarcação, de 20 anos, transportava cerca de 1,6 a 1,9 milhão de barris de petróleo bruto pesado venezuelano no momento da apreensão.
O impacto da ação americana foi instantâneo e severo para a economia venezuelana. Segundo um levantamento da agência Reuters, cerca de 11 milhões de barris de petróleo e derivados estão atualmente retidos em águas venezuelanas.
O temor de novas apreensões fez com que armadores e operadores suspendessem viagens, criando um efeito congelante nas exportações. Dados de rastreamento mostram que, após o evento, apenas os petroleiros fretados pela petrolífera americana Chevron — que possui uma licença especial do governo dos EUA — continuaram navegando normalmente. Mais de 30 outros petroleiros sancionados que operam na região estão agora considerados em risco.
No dia seguinte à apreensão, os Estados Unidos ampliaram a ofensiva anunciando um novo pacote de sanções. As medidas visam:
A ação americana gerou condenação internacional. China e Irã classificaram as sanções como abusivas e ilegais, com o Irã denominando a apreensão do navio de "pirataria estatal". O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também criticou a ação, afirmando que ela revela o interesse real dos EUA: "Petróleo, petróleo e petróleo".
Analistas apontam que a nova frente aberta pelos EUA mira o ponto vital do regime de Nicolás Maduro: a receita do petróleo. A commodity responde por cerca de 80% das exportações totais e 15% do PIB da Venezuela.
A apreensão física de um navio representa uma escalada significativa em relação às sanções financeiras tradicionais, aumentando o risco e o custo de se fazer negócios com a Venezuela. O objetivo estratégico de Washington, segundo especialistas, é estrangular economicamente o governo Maduro, que mantém relações estreitas com adversários dos EUA como Rússia, China e Irã.
Enquanto isso, com a "frota fantasma" sob cerco e 11 milhões de barris parados, a Venezuela enfrenta um novo e profundo desafio para manter o fluxo de sua principal — e agora mais arriscada — fonte de sustento econômico.
Com informações de: G1, Revista Oeste, CNN Brasil, BBC, DW, Blog do BG, Euronews, Agência Brasil, Brasil de Fato ■