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A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (12) a Operação Transparência, com mandados de busca e apreensão contra a ex-assessora do deputado Arthur Lira (PP-AL), Mariângela Fialek, conhecida como Tuca. A ação, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, investiga irregularidades na destinação de verbas públicas de emendas parlamentares, o chamado "orçamento secreto".
Os policiais federais cumpriram dois mandados em Brasília: um na casa de Fialek e outro em sua sala de trabalho na Câmara dos Deputados, localizada no anexo 2 e registrada como parte do gabinete da Presidência da Casa. Durante as buscas, foram apreendidos um celular, outros pertences e diversas joias da ex-assessora. Atualmente lotada na liderança do PP na Câmara, Fialek recebe um salário bruto de R$ 23,7 mil.
Segundo a investigação, Mariângela Fialek é apontada por deputados e por relatório da PF como a principal operadora do esquema de "orçamento secreto" durante a gestão de Arthur Lira na presidência da Câmara. O ministro Flávio Dino destacou em sua decisão que ela "desponta exercer o controle de indicações desviadas de emendas".
As investigações revelaram um método de trabalho considerado informal pelos agentes. A PF encontrou evidências de que a alocação de milhões de reais em recursos públicos era feita com base em anotações manuscritas e comandos verbais. Em um dos casos, a realocação de verbas de um município para outro no Ceará foi decidida em um bilhete à mão. Os investigadores compararam a maneira de controlar o orçamento a uma "conta de padaria".
A operação teve como ponto de partida os depoimentos de seis parlamentares e de uma servidora da Câmara. Entre os que testemunharam estão os deputados Glauber Braga (PSOL-RJ), José Rocha (União-BA), Adriana Ventura (Novo-SP) e o senador Cleitinho (Republicanos-MG).
Os relatos indicam que Fialek:
Os crimes investigados são peculato, falsidade ideológica, uso de documento falso e corrupção. A Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou apoio às medidas cautelares, indicando que há indícios de que Fialek atuava em benefício de uma "provável organização criminosa".
Em nota, a defesa de Mariângela Fialek, assinada pelos advogados Luís Inácio Adams e Maria Claudia Bucchianeri, afirmou que sua atuação sempre foi "estritamente técnica, apartidária e impessoal". Os advogados argumentam que ela organizava as emendas "nos exatos termos do que decidido pela Presidência da Casa e por todos os líderes partidários" e que todo o material de trabalho é público.
Mariângela Fialek tem uma longa trajetória no serviço público, ocupando cargos estratégicos em diferentes governos:
A investigação segue em andamento para apurar a extensão dos desvios e a possível participação de outros agentes no esquema.
Com informações de: G1, R7, Estadão, Agência Brasil, CNN Brasil, Metrópoles, UOL, ICL Notícias ■