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Após uma intensa articulação política, o plenário da Câmara dos Deputados rejeitou a cassação do mandato do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) e a substituiu por uma suspensão de seis meses. A decisão, tomada na noite de quarta-feira (10), reverteu a expectativa de perda do mandato e representou um revés para o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que havia pautado o processo.
A pena de suspensão foi aprovada por 318 votos a favor, 141 contra e 3 abstenções. Para que a cassação fosse consumada, eram necessários 257 votos favoráveis (maioria absoluta), número que os apoiadores da punição máxima não conseguiram atingir.
A reviravolta foi resultado de uma operação de bastidores conduzida pelo governo e pelo PSOL. Liderada pelo líder do governo, José Guimarães (PT-CE), a estratégia buscou convencer partidos do centrão a apoiar a suspensão como uma pena alternativa, argumentando que a cassação seria desproporcional. A líder do PSOL, Talíria Petrone (RJ), negociou diretamente com bancadas, encontrando apoio em partidos como União Brasil, PSD e PP.
Glauber Braga responde a um processo por quebra de decoro parlamentar após agredir com empurrões e chutes o então militante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro nas dependências da Câmara, em abril do ano passado. O incidente foi filmado.
Em sua defesa, o deputado afirmou que agiu após ser repetidamente provocado e após o militante fazer insinuações sobre sua mãe, que estava doente e morreu 22 dias depois do ocorrido. Em discurso no plenário, Braga foi enfático: “Para defender a minha família, um chute na bunda é nada”.
A decisão de Motta de colocar o processo em votação gerou um protesto radical na terça-feira (9). Glauber Braga ocupou a cadeira do presidente da Câmara por cerca de duas horas, sendo posteriormente retirado à força pela Polícia Legislativa. O episódio foi marcado por:
Presidente Hugo Motta justificou a ação com base no regimento interno, afirmando que Braga desrespeitou a Casa e é “reincidente”.
Com a suspensão de seis meses, Glauber Braga não perde seus direitos políticos e poderá se candidatar nas eleições de 2026. Durante o período de afastamento, quem o substituirá será a ex-senadora Heloísa Helena (Rede-RJ).
O desfecho do caso ocorreu no mesmo pacote de votações que tratou de outros processos disciplinares. De forma contrária à expectativa inicial, a Câmara também rejeitou a cassação da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que está presa na Itália. Os dois resultados frustraram um suposto plano da Mesa Diretora de cassar um deputado de cada espectro político, expondo fragilidades na condução de Hugo Motta e causando insatisfação em caciques como o ex-presidente Arthur Lira (PP-AL).
Com informações de Agência Brasil, Agência Câmara Notícias, Agência Estado, CartaCapital, CBN, G1, Pública e UOL ```■