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Em entrevista ao jornalista Joaquim de Carvalho, na TV 247, a ex-juíza federal Luciana Bauer fez um relato grave sobre sua atuação durante a Operação Lava Jato. Ela afirmou que Sergio Moro, então juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, a agrediu fisicamente dentro de um elevador. A agressão teria ocorrido após Bauer tentar conceder liberdade a um acusado da operação que estava preso preventivamente, por entender que não havia motivos para mantê-lo na cadeia.
Bauer descreve o que chama de uma "entidade mafiosa" instalada na vara da Lava Jato e no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Segundo ela, essa estrutura perseguiu quem tentou denunciar irregularidades. A ex-magistrada, que hoje vive nos Estados Unidos, diz se sentir segura por estar "a 8 mil quilômetros de distância de Curitiba" e se declara uma "vítima de lawfare" — uso estratégico da lei para fins políticos.
De acordo com o relato, após ser ameaçada e ter carros da Polícia Federal rondando sua casa, Bauer levou o caso ao então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki. Zavascki era o relator dos processos da Lava Jato no Supremo e havia desistido de férias no início de 2017 para julgar os acordos de delação da Odebrecht.
Aproximadamente um mês depois de Bauer ter feito a denúncia ao ministro, Zavascki morreu em um acidente aéreo. No dia 19 de janeiro de 2017, o jatinho Hawker Beechcraft King Air C90 em que ele estava caiu no mar próximo a Paraty (RJ) durante a aproximação para pouso, matando todas as cinco pessoas a bordo.
O acidente gerou uma série de investigações e especulações:
A trama ganha outro capítulo trágico com o assassinato do delegado federal responsável por investigar o acidente de Zavascki. De acordo com a denúncia publicada, três meses após a queda do avião, esse delegado foi morto a tiros em Balneário Camboriú (SC). O caso é apresentado como "o único assassinato de um delegado federal em décadas".
Ainda segundo as alegações, o suposto assassino do delegado e outras figuras polêmicas, como Adélio Bispo (autor da facada no então candidato Jair Bolsonaro em 2018) e Flávio Bolsonaro, treinavam no mesmo clube de tiro, o Ponto 38, de propriedade de Júlia Zanatta. As informações sobre o assassinato do delegado e a conexão com o clube de tiro não foram encontradas nas fontes de pesquisa disponíveis e dependem de confirmação por investigações oficiais.
Luciana Bauer afirma que a operação de busca e apreensão realizada recentemente na 13ª Vara Federal de Curitiba "abriu uma fresta" para que episódios silenciados venham à tona. Há relatos de que materiais relacionados a outras denúncias graves contra figuras da Lava Jato teriam sido apreendidos nessa operação.
A ex-juíza ressalta o custo emocional de revisitar seu caso, mencionando que adquiriu taquicardia quando fala sobre o assunto. Ela se apresenta não como especialista, mas como "sobrevivente" de um sistema que, em sua visão, foi corrompido.
Com informações de Chicó Gregório, Brasil Paralelo, G1, Brasil 247, Plantão Brasil ■