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Um levantamento recente mostra que todos os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro de 2025 têm patrocínio de empresas de apostas esportivas, com 90% delas na posição de patrocinador master, estampadas no centro do uniforme. Enquanto o Flamengo lidera o ranking com um contrato que pode superar R$ 250 milhões anuais, e outros clubes batem recordes históricos de arrecadação, um cenário subterrâneo e criminoso avança: a manipulação de resultados para lucro no mercado de apostas, com esquemas que já movimentaram milhões e ameaçam a integridade do esporte nacional.
A presença das apostas no futebol brasileiro é avassaladora e tornou-se a principal fonte de patrocínio privado. Além da totalidade dos times da elite, os valores são estratosféricos.
Especialistas apontam que o Brasil já é o terceiro maior mercado global de apostas esportivas. Esse fluxo colossal de dinheiro legal, porém, cria um ambiente fértil para operações ilegais, onde o retorno financeiro da manipulação de uma partida pode ser até três vezes maior que o valor investido pelos criminosos.
As investigações revelam que a corrupção não se limita a divisões inferiores, mas segue um modus operandi organizado. A Operação "Jogada Marcada" da Polícia Civil de Goiás desmontou um esquema que movimentou R$ 11 milhões e atuava em vários estados. A estrutura era dividida em três núcleos:
Casos recentes mostram a abrangência do problema:
O caso mais emblemático da sofisticação e audácia desses esquemas é o do empresário William Pereira Rogatto, o "Rei do Rebaixamento". Preso em Dubai e extraditado para o Brasil com ajuda da Interpol, Rogatto é um réu confesso que afirmou, em depoimento à CPI da Manipulação de Jogos do Senado, ter atuado para rebaixar 42 times do futebol brasileiro.
Sua prisão foi comemorada pelo relator da CPI, senador Romário, que afirmou: "A prisão de William Rogatto é uma vitória e mostra que a CPI das Apostas Esportivas investigou a fundo e trouxe resultados importantes para a moralização do esporte no Brasil". A CPI foi prorrogada para aguardar seu novo depoimento e o julgamento do jogador Lucas Paquetá na Inglaterra.
Diante do crescimento das denúncias, o Governo Federal instituiu um Grupo de Trabalho Interministerial para criar uma Política Nacional de Combate à Manipulação de Resultados Esportivos, envolvendo os ministérios do Esporte, Justiça, Fazenda e a Polícia Federal. As primeiras ações incluem:
Enquanto o Brasil tenta estruturar sua defesa, a experiência internacional mostra caminhos: a Premier League inglesa, por exemplo, decidiu banir patrocínios master de apostas da frente dos uniformes a partir de 2026/27, um contraste com a dependência quase total do futebol brasileiro deste recurso financeiro.
Com informações de: ge.globo.com, g1.globo.com, Senado Federal, Gov.br, UmDoisEsportes, Meio & Mensagem, Agência Brasil ■