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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu nesta quarta-feira (3) uma liminar com mudanças significativas nas regras para impeachment de ministros da Corte. A decisão, que ainda será submetida ao plenário, altera três pontos principais da Lei 1.079/1950 (Lei do Impeachment):
O ministro justificou as mudanças alegando que as regras antigas, por sua facilidade, incentivavam denúncias motivadas por interesses político-partidários e criavam um ambiente de intimidação contra o Judiciário. Para ele, a possibilidade de um processo de impeachment se torna um "potencial fator intimidatório" que pode até levar à aposentadoria de juízes independentes por temor de represálias.
A resposta do Poder Legislativo à decisão monocrática foi rápida e contundente. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), usou o plenário da Casa para criticar a medida e cobrar respeito às prerrogativas do Congresso.
Em seu discurso, Alcolumbre defendeu que uma lei aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente da República não pode ser revista pela decisão de um único ministro. "Somente uma alteração legislativa seria capaz de rever conceitos puramente legais, sob pena de grave ofensa constitucional à separação dos Poderes", afirmou.
Como forma de reação, o presidente do Senado sinalizou medidas concretas que o Congresso pode adotar:
Líderes partidários no Senado, como Rogério Marinho (PL-RN) e Omar Aziz (PSD-AM), manifestaram apoio a Alcolumbre, classificando a decisão do STF como uma invasão de competência.
A decisão do ministro Gilmar Mendes não é um fato isolado, mas sim mais um capítulo em um cenário de atritos institucionais que marca o final de 2025. Dois fatores ampliam a relevância da medida:
A decisão liminar de Gilmar Mendes tem caráter provisório e será levada a referendo do plenário do STF em uma sessão virtual que está marcada para ocorrer entre os dias 12 e 19 de dezembro.
Analistas políticos acreditam que o texto final aprovado pelo plenário da Corte pode ser diferente da decisão monocrática. A colunista Daniela Lima, do UOL, avalia que a restrição exclusiva à PGR é uma prerrogativa inédita e "heterodoxa", que não se aplica a outros Poderes (como no impeachment presidencial), e por isso tende a ser revista. "Provavelmente, haverá um meio-termo durante o julgamento", afirmou, sugerindo que o plenário deve estabelecer critérios mais claros, mas não tão restritivos.
Com informações de: Folha de S.Paulo, G1, BBC News Brasil, O Globo, UOL, Tribuna do Sertão, Poder360, Senado Federal ■