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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados pode analisar e votar nesta terça-feira (2) o parecer que autoriza a cassação do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP). A análise do caso, que está na pauta da reunião, pode ser concluída hoje ou adiada por um pedido de vista. A parlamentar, que está presa na Itália, já foi condenada definitivamente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em dois processos criminais.
O relator do processo na CCJ é o deputado Diego Garcia (Republicanos-PR), que deve apresentar seu parecer durante a sessão. O processo de cassação foi aberto após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidir enviar ao colegiado uma representação comunicando a decisão do STF que condenou Zambelli e determinou a perda do mandato.
A cassação é analisada pela Câmara porque a deputada acumula duas condenações criminais definitivas (com trânsito em julgado), o que, pela legislação, exige a perda do mandato.
Após a condenação pela invasão ao CNJ, Carla Zambelli deixou o Brasil. Inicialmente, sua defesa informou que ela viajara para um "tratamento de saúde". Ela seguiu para a Itália, país do qual tem cidadania. Com a condenação se tornando definitiva, o ministro Alexandre de Moraes decretou sua prisão preventiva e seu nome foi incluído no sistema do CNJ que ela havia invadido e na difusão vermelha da Interpol.
Zambelli foi presa em Roma em 29 de julho e está detida no Complexo Penitenciário de Rebibbia. A Justiça italiana analisa um pedido de extradição feito pelo Brasil, com uma nova audiência marcada para 4 de dezembro. A defesa pediu que ela aguardasse em liberdade, mas a Justiça italiana decidiu mantê-la presa por entender que há risco de fuga.
O processo na CCJ já passou por uma fase de instrução, com a oitiva de testemunhas por videoconferência em setembro. Entre os ouvidos estava o hacker Walter Delgatti. Na ocasião, Zambelli, que participou remotamente da prisão, trocou acusações com Delgatti, questionando sua saúde mental. A defesa da deputada havia pedido uma acareação entre os dois, mas o pedido foi indeferido por ausência de previsão no regimento da Casa.
Após a análise e o voto da CCJ, o processo segue para o Plenário da Câmara. Para que o mandato de Carla Zambelli seja cassado, é necessária a aprovação de pelo menos 257 deputados (maioria absoluta dos 513 membros da Casa).
Além das ações criminais, a vida política de Zambelli já sofreu outros reveses:
A defesa de Zambelli sempre negou as acusações. No caso da invasão ao CNJ, sustentou que não há provas irrefutáveis contra ela e que o depoimento do hacker Delgatti não seria suficiente. Após ser presa, a deputada afirmou que quer ser julgada pela Justiça italiana para provar sua inocência.
Com informações de: G1, Agência Brasil, CNN Brasil, InfoMoney, IstoÉ ■