Siga nossas redes sociais | ![]() | Siga nossos canais |
A Polícia Federal (PF) investiga se a "vigília" convocada pelo senador Flávio Bolsonaro na frente do condomínio onde seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, cumpria prisão domiciliar fazia parte de um plano para criar tumulto e facilitar uma fuga. A hipótese inclui o uso do aeródromo privativo da família Piquet, localizado a aproximadamente 200 metros da residência, como rota de escape.
Na noite de sexta-feira, 21 de novembro, Flávio Bolsonaro publicou um vídeo nas redes sociais convocando apoiadores para uma "vigília pela saúde de Bolsonaro e pela liberdade no Brasil", marcada para o sábado, 22 de novembro, às 19h, no balão do Jardim Botânico, na altura do condomínio Solar de Brasília 2. No vídeo, o senador afirmou: "Vamos invocar o Senhor dos Exércitos! A oração é a verdadeira armadura do cristão" e fez um "convite especial" para que as pessoas fossem ao local.
Para o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a convocação, embora disfarçada de ato religioso, tinha "caráter beligerante" e indicava "a possível tentativa de utilização de apoiadores para impedir a fiscalização da tornozeleira e da prisão domiciliar". Em sua decisão pela prisão preventiva, Moraes escreveu que a conduta representava um "altíssimo risco para a efetividade da prisão domiciliar" e poderia criar o caos necessário para facilitar uma evasão do ex-presidente.
Investigadores da Polícia Federal passaram a considerar seriamente a hipótese de que o aeródromo privativo da família Piquet, situado a cerca de 200 metros do condomínio de Bolsonaro, poderia ter sido cogitado como peça central em um plano de fuga .
A PF estuda realizar diligências no local, incluindo o levantamento de imagens e a eventual oitiva de Geraldo Piquet. Apesar de partes da pista estarem ocupadas por um empreendimento imobiliário, o espaço remanescente segue tecnicamente utilizável para operações de helicópteros.
O risco de fuga foi considerado iminente após a violação da tornozeleira eletrônica de Bolsonaro na madrugada de sábado, 22 de novembro, por volta das 0h08 . O ministro Alexandre de Moraes foi informado sobre o ocorrido pelo Centro de Monitoração Integrada do Distrito Federal.
Em sua decisão, Moraes foi taxativo: "a informação constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho" . Inicialmente, em vídeo, Bolsonaro disse ter danificado o equipamento com um ferro de solda "por curiosidade". Posteriormente, em audiência de custódia, sua defesa alterou a argumentação, alegando que ele agiu movido por "paranoia" e "alucinação" causadas pela interação de medicamentos (Pregabalina e Sertralina).
Alexandre de Moraes listou em sua decisão os elementos que configuravam o "elevado risco de fuga":
A defesa de Bolsonaro neta que houvesse qualquer intenção de fuga e sustenta a tese do problema de saúde. Os advogados pediram a reversão da prisão preventiva para o regime domiciliar, alegando que o episódio da tornozeleira apenas reforça o comprometimento da saúde do ex-presidente.
Bolsonaro foi preso na manhã de sábado (22) e transferido para a Superintendência da PF em Brasília, onde ocupa uma "Sala de Estado". A prisão decretada é preventiva, sem prazo determinado, e tem o objetivo de impedir um risco específico, não sendo ainda o início do cumprimento da pena de 27 anos pela tentativa de golpe de Estado.
Com informações de: CNN Brasil, G1, The Intercept, BBC News, Agência Brasil, Consultor Jurídico ■