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A fuga bem-sucedida do deputado Alexandre Ramagem para Miami, nos Estados Unidos, em novembro de 2025, tornou-se um ponto de virada na condução judicial dos condenados na ação penal da trama golpista. O episódio não apenas expôs vulnerabilidades no sistema de controle da Justiça, mas também forneceu à Polícia Federal e ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, um argumento concreto e urgente para decretar a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, impedindo que a história se repetisse com o principal condenado do processo.
Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin e deputado federal, foi condenado pelo STF a 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão pelos crimes de organização criminosa, golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Apesar de estar proibido de sair do país e de ter seus passaportes recolhidos, Ramagem deixou o Brasil de forma clandestina em setembro de 2025.
Suas estratégias para burlar a vigilância judicial incluíram:
O paradeiro de Ramagem só foi descoberto em 19 de novembro, quando o site PlatôBR localizou e filmou o deputado em um condomínio de luxo em North Miami. No dia 21, Moraes decretou sua prisão preventiva.
A evasão de Ramagem teve um impacto imediato e profundo na análise do risco representado por Jair Bolsonaro. A condenação do ex-presidente – 27 anos e 3 meses de prisão – era ainda mais severa, e o precedente mostrou que as medidas cautelares então em vigor poderiam ser insuficientes.
Este episódio foi instrumentalizado diretamente pelas autoridades:
O caso Ramagem funcionou como um alerta geral para o sistema de Justiça, que precisou agir para não cometer o mesmo erro. As ações subsequentes demonstraram uma mudança de postura:
A fuga de Alexandre Ramagem para Miami foi mais do que um episódio isolado; foi um evento catalisador que forçou o sistema de Justiça a recalibrar sua estratégia em relação aos condenados do núcleo golpista. Ele materializou o risco de fuga que antes era apenas uma hipótese, tornando-o tangível e urgente. Para o STF e a PF, errar com Ramagem foi uma falha operacional e de avaliação que serviu de lição. Permitir que Jair Bolsonaro, a figura central de todo o processo, seguisse o mesmo caminho seria uma falha institucional de proporções incalculáveis. A prisão preventiva de Bolsonaro foi, portanto, a resposta direta a um precedente que o Judiciário não estava disposto a aceitar pela segunda vez.
Com informações de: CNN Brasil, Agência Brasil, UOL, O Globo, PlatôBR, BBC, Gazeta do Povo ■