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Correios aprovam plano de recuperação de R$ 20 bilhões para equilibrar contas
Estatal prevê retorno à lucratividade apenas em 2027, com medidas que incluem venda de imóveis, fechamento de agências e redução de pessoal
Politica
Foto: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTQoCWYNFNTWQF0AQR5TL0Gq2alnG_vjDXjoQ&s
■   Bernardo Cahue, 21/11/2025

Os Correios aprovaram nesta quarta-feira (19) um ambicioso plano de reestruturação financeira para tentar reverter a crise que atravessa. O pacote de medidas, que tem como elemento central a captação de um empréstimo de R$ 20 bilhões até o fim de novembro, busca o equilíbrio fiscal da empresa, que acumula prejuízos crescentes desde 2022. A estatal depende desse recurso para garantir a continuidade total de seus serviços no próximo ano.

Estratégia em Três Fases

O plano está estruturado em três etapas distintas: a primeira é a de recuperação financeira, seguida pela consolidação e, por fim, o crescimento. Com essa estratégia, a meta da empresa é reduzir o déficit já em 2026 e voltar a registrar lucros apenas em 2027. O empréstimo de R$ 20 bilhões é considerado indispensável para esta transição nos próximos dois anos.

Desafios para a Captação do Empréstimo

A obtenção do valor total do empréstimo de uma só vez tem se mostrado um desafio. De acordo com informações, os Correios já avaliam a possibilidade de "fatiar" a operação em mais de uma parcela. A empresa, no entanto, precisa de pelo menos R$ 10 bilhões ainda em 2025 para colocar seu plano em prática. As tratativas envolvem bancos públicos e privados, e a expectativa é ter uma resposta sobre a captação até o final deste mês . A operação deve contar com garantia do Tesouro Nacional.

Medidas para Cortar Custos e Gerar Receita

Para equilibrar as contas, o plano prevê uma série de medidas duras:

  • Venda de Imóveis: A empresa pretende monetizar ativos, e a venda de imóveis pode render uma receita de R$ 1,5 bilhão.
  • Redução de Pontos de Atendimento: Até mil pontos de atendimento considerados deficitários serão fechados. Das cerca de 10 mil unidades que os Correios possuem, 85% eram deficitárias em 2024.
  • Programa de Demissão Voluntária (PDV): A estatal espera desligar pelo menos 10 mil empregados com o programa, o que representaria uma economia de R$ 2 bilhões ao ano. Os gastos com pessoal, atualmente, consomem 72% do custo total da empresa.

Contexto de Crise e Compromisso com o Serviço Universal

Os Correios acumulam um déficit líquido de R$ 4,5 bilhões apenas no primeiro semestre deste ano, e a projeção para o prejuízo total de 2025 é de R$ 10 bilhões. Apesar da situação financeira crítica, a empresa reafirmou em comunicado seu compromisso com a universalização dos serviços postais. A estatal destacou que é a única empresa pública federal presente em todos os municípios do país, muitas vezes em regiões remotas onde a operação não é economicamente vantajosa para a iniciativa privada.

Com informações de: Folha de S.Paulo, Agência Brasil, CNN Brasil, Jornal de Brasília ■