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A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (18) o Projeto de Lei Antifacção, que cria um novo marco legal para o enfrentamento de organizações criminosas. O texto foi aprovado por **370 votos a favor e 110 contra** na forma de um substitutivo do relator, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), e agora segue para análise do Senado.
A tramitação foi marcada por tensões entre governo e oposição, com o relator apresentando seis versões diferentes do texto até chegar à proposta final. O projeto original havia sido enviado pelo governo federal em outubro, mas sofreu significativas alterações no Legislativo.
Penas mais severas e novos crimes
O texto aprovado estabelece penas significativamente mais rigorosas para crimes cometidos por organizações criminosas, paramilitares ou milícias privadas:
O projeto cria o crime de domínio social estruturado, direcionado especificamente a organizações criminosas ultraviolentas, com pena de 20 a 40 anos de reclusão. São tipificadas condutas como controle territorial, impedimento à atuação policial, ataques a infraestrutura essencial e uso de explosivos ou drones para fins criminosos.
Progressão de regime mais rigorosa
O texto dificulta a progressão de regime para membros de organizações criminosas, estabelecendo percentuais que variam de 70% a 85% do cumprimento da pena, dependendo da gravidade e reincidência. Para réus reincidentes em crime hediondo com resultado morte, o percentual máximo de 85% será aplicado.
Presídio federal para líderes
Chefes de facções serão obrigatoriamente enviados para presídios federais de segurança máxima, com o objetivo de interromper comunicações ilícitas e reduzir o poder de comando dentro do sistema prisional.
Novos instrumentos de investigação
O projeto amplia as ferramentas disponíveis para investigações:
Combate ao patrimônio criminoso
Um dos pilares do texto são medidas mais duras para atingir o patrimônio das organizações criminosas:
A versão aprovada gerou descontentamento do governo, particularly sobre a destinação de recursos dos bens apreendidos. O texto estabelece que, em operações conjuntas entre Polícia Federal e polícias estaduais, os recursos serão divididos igualmente entre fundos nacional e estaduais . O governo argumenta que isso pode reduzir verbas para a PF e outros fundos federais.
A equiparação de facções ao terrorismo, defendida pela oposição, foi barrada após críticas do governo e especialistas. Também foram abandonadas propostas iniciais que limitariam a atuação da Polícia Federal.
O projeto segue agora para análise do Senado Federal, onde será relatado pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE) , necessitando ainda de sanção presidencial para virar lei.
Com informações de: CNN Brasil, Agência Brasil, G1, Poder360, BBC ■