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As forças dos Estados Unidos realizaram um novo ataque letal a uma embarcação no Oceano Pacífico no último sábado (15), elevando para 83 o número total de mortos em uma série de operações militares contra supostos barcos de narcotráfico iniciadas em setembro. De acordo com o Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM), três homens, descritos como "narcoterroristas", foram mortos a bordo da embarcação.
Em um comunicado divulgado no domingo (16) pela rede social X, o SOUTHCOM afirmou que a ação foi conduzida pela Força-Tarefa Conjunta Southern Spear (Lança do Sul, em português) e que "informações de inteligência confirmaram que a embarcação estava envolvida no contrabando de narcóticos, transitando por uma rota conhecida pelo transporte de drogas". O ataque ocorreu em águas internacionais.
Este é o 21º ataque do tipo desde que a mobilização militar foi intensificada em setembro . A campanha foi oficialmente batizada de Operação Lança do Sul pelo secretário de Defesa (ou "Guerra", conforme referido em alguns comunicados) dos EUA, Pete Hegseth, com o objetivo declarado de combater o "narcoterrorismo" e interromper o fluxo de drogas para os Estados Unidos. A operação conta com um significativo poderio militar, incluindo o porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior do mundo, que recentemente chegou ao Mar do Caribe para dar apoio às ações.
Os ataques e o reforço militar norte-americano ocorrem em um contexto de forte tensão com a Venezuela. O governo dos EUA acusa o presidente Nicolás Maduro de liderar o Cartel de los Soles
As operações têm sido alvo de questionamentos por parte de organizações de direitos humanos, que as classificam como execuções extrajudiciais . Uma pesquisa de opinião nos EUA mostrou que apenas 29% da população americana apoia o uso de forças militares para matar suspeitos de tráfico sem processo judicial, enquanto 51% se opõem.
Além disso, uma reportagem da Associated Press trouxe um perfil das vítimas que contradiz a narrativa de que seriam todos "narcoterroristas" de alto escalão. O veículo identificou que entre os mortos estavam:
Familiares das vítimas, que falaram sob anonimato por medo, expressaram indignação, argumentando que os homens deveriam ter sido detidos e submetidos a um julgamento justo, e não executados.
Enquanto a crise com a Venezuela se aprofunda, o presidente Donald Trump afirmou que "já tomou uma decisão" sobre novas ações em relação ao país, sem revelar detalhes. Autoridades da Casa Branca, sob anonimato, acreditam que o objetivo final da operação seria retirar Maduro do poder . Enquanto isso, a comunidade internacional observa com preocupação a escalada militar em uma região já afetada pela violência do narcotráfico.
Com informações de CNN Brasil, G1, sapo.pt, Euronews, Poder360, Swissinfo, O Globo ■