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Denúncias de proselitismo político marcam jornada de referendo no Equador
Presidente Daniel Noboa é acusado de violar silêncio eleitoral ao anunciar captura de líder criminoso; ministros também promoveram o "Sim" nas redes sociais
America do Sul
Foto: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQ3lKGnytlVCtWf3BKGRhUKffZh49dddlabEg&s
■   Bernardo Cahue, 16/11/2025

A jornada do referendo e consulta popular deste domingo (16 de novembro de 2025) no Equador foi marcada por denúncias de violação do silêncio eleitoral contra o presidente Daniel Noboa e membros de seu gabinete. As acusações incluem a utilização de uma ação de segurança de grande impacto para influenciar o eleitorado e a publicação de propaganda política proibida por ministros durante o período de vedação.

O presidente Daniel Noboa votou mais cedo e, perante a imprensa, anunciou a captura de Wilmer Chavarría, conhecido como 'Pipo', considerado o líder máximo da organização criminosa Los Lobos, a mais poderosa do país. A detenção, realizada na Espanha em uma operação conjunta, foi apresentada por Noboa como uma grande conquista de seu governo. Críticos apontaram o anúncio no dia da votação como um ato de proselitismo eleitoral, aproveitando a cobertura da mídia para influenciar o resultado do pleito.

Além do anúncio presidencial, ministros de Estado foram acusados de fazer campanha aberta pelo "Sim" durante a jornada eleitoral, o que é expressamente proibido pelo Código da Democracia do Equador. Entre os envolvidos estão:

  • Gian Carlo Loffredo, ministro da Defesa, que publicou em sua conta no X (antigo Twitter): "Votemos SIM a tudo. Sim, porque necessitamos mais bases de segurança nacional...".
  • Jhon Reimberg, ministro do Interior, que também difundiu mensagens semelhantes na mesma rede social.

O silêncio eleitoral no Equador começou na sexta-feira anterior ao pleito, proibindo qualquer forma de propaganda ou proselitismo para garantir a neutralidade e reduzir a pressão sobre os eleitores. Perante as denúncias, a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Diana Atamaint, declarou que a autoridade eleitoral não tem controle sobre as redes sociais, justificando a dificuldade de fiscalização.

O referendo convocado por Noboa continha quatro perguntas centrais, com destaque para o fim da proibição de bases militares estrangeiras no país e a convocação de uma Assembleia Constituinte para elaborar uma nova Constituição. O contexto do pleito é uma grave crise de segurança, que fez do Equador o país mais violento da região, assolado pelo crime organizado e pelo narcotráfico.

Com informações de: Infobae, CNN Español, teleSUR, EuroNews, El Universo, Expreso ■