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Maduro condena exercícios militares dos EUA em Trinidad e Tobago e alerta para ameaça no Caribe
Em meio à tensão regional com os Estados Unidos, presidente venezuelano classificou as manobras militares no país vizinho como "irresponsáveis" e mobilizou forças de vigilância em sua fronteira
America do Sul
Foto: https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2024/12/000_36NQ86F-1024x660.jpg
■   Bernardo Cahue, 16/11/2025

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, emitiu um alerta contundente contra o governo de Trinidad e Tobago devido à realização de exercícios militares conjuntos com os Estados Unidos, que according to Maduro, ameaçam a paz na região do Caribe. A declaração ocorre em um momento de tensão sem precedentes entre Washington e Caracas, marcado por uma significativa mobilização militar de ambos os lados.

Exercícios são uma "ameaça à paz"

Em discurso durante a cerimônia de posse dos Comitês de Base Bolivarianas, no último sábado (15), Maduro foi enfático ao se dirigir à nação vizinha. "O governo de Trinidad e Tobago anunciou mais uma vez exercícios irresponsáveis, cedendo suas águas costeiras ao largo do estado de Sucre para manobras militares que visam ameaçar uma república como a Venezuela", declarou o líder chavista. Ele ainda questionou publicamente se a população de Trinidad e Tobago toleraria "o uso de suas águas e terras para ameaçar seriamente a paz do Caribe".

Os bastidores da crise: uma região em alerta

Os exercícios em Trinidad e Tobago, programados para o período de 16 a 21 de novembro, envolvem o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA e as forças de defesa locais, com treinamentos em ambientes urbanos e rurais. O governo trinitário justifica as manobras como parte do combate à criminalidade local, que registra uma alta taxa de homicídios. No entanto, o contexto regional imediato dá um significado estratégico mais amplo à operação:

  • Operação "Lança do Sul": Os exercícios foram anunciados um dia depois que o Departamento da Guerra dos EUA, sob o comando do secretário Pete Hegseth, lançou formalmente esta nova fase de sua ofensiva militar na região, oficialmente voltada para combater o narcoterrorismo.
  • O gigante nos mares: A tensão foi elevada com a chegada do USS Gerald Ford, o maior porta-aviões do mundo, à área de responsabilidade do Comando Sul dos EUA, que inclui o Caribe, na última terça-feira (11). O navio é acompanhado por três contratorpedeiros e tem capacidade para até 90 aeronaves.
  • Resposta Venezuelana: Em reação ao poderio naval americano, a Venezuela executou na quarta-feira (12) uma "mobilização maciça" de suas forças armadas, com exercícios de terra, ar e mar, ativando o que Maduro chamou de "preparo máximo para a luta armada" para defender a soberania do país.

Narrativas em conflito: drogas versus soberania

As justificativas públicas para o destacamento militar americano no Caribe divergem radicalmente das interpretações venezuelanas:

  • Posição dos EUA: Washington afirma que sua campanha militar, que já resultou no bombardeio de dezenas de embarcações, tem como objetivo combater cartéis de drogas e o narcoterrorismo que ameaçam a segurança nacional americana. O governo Trump designou cartéis como organizações terroristas e ofereceu uma recompensa de US$ 50 milhões pela captura de Maduro, a quem acusa de chefiar o "Cartel de Los Soles".
  • Posição da Venezuela: Maduro e seu governo sustentam que a operação americana é, na verdade, um pretexto para forçar uma mudança de regime em Caracas. O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, classificou a presença dos EUA como uma "ameaça imperialista".

Relações regionais sob tensão

A crise militar já tem desdobramentos diretos na diplomacia regional. A Venezuela declarou a primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, como persona non grata e suspendeu todas as negociações energéticas com o país insular. Maduro, em um apelo direto ao povo americano, pediu pelo fim das hostilidades: "Chega de guerras intermináveis. Chega de guerras injustas. Chega de Líbia. Chega de Afeganistão". Enquanto isso, o governo de Trinidad e Tobago reafirmou sua "sólida aliança" com os Estados Unidos.

Com informações de: G1, O Globo, TTGuardian (Facebook), CNN, Euronews, UOL. ■