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A Organização das Nações Unidas (ONU) enviou uma carta às autoridades brasileiras exigindo um plano urgente para reforçar a segurança e melhorar a infraestrutura da COP30, realizada em Belém. O pedido formal foi feito após um protesto que resultou em uma tentativa de invasão da área restrita do evento e na constatação de que os comissários internacionais não estão adaptados ao calor intenso da capital paraense.
O protesto que acionou o alerta
Na noite de terça-feira (11), um grupo de dezenas de manifestantes, incluindo indígenas e integrantes de movimentos sociais, conseguiu ultrapassar os portões e os sistemas de raio-X da entrada principal da Zona Azul – área administrada pela ONU onde ocorrem as negociações oficiais da conferência.
O confronto com a segurança resultou em ferimentos em quatro seguranças, dois deles com lesões leves. Imagens do incidente mostraram um corredor lotado e seguranças formando um cordão de isolamento para conter o avanço do grupo, que carregava bandeiras e faixas contra a exploração de petróleo. Um segurança chegou a ser removido por paramédicos com um ferimento na cabeça.
A carta da ONU e as críticas à segurança
Em resposta ao ocorrido, o secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), Simon Stiell, enviou uma carta ao governo brasileiro descrevendo uma série de vulnerabilidades. O documento cita especificamente:
Stiell classificou o incidente como uma "grave violação da estrutura de segurança estabelecida" e questionou se o Brasil estaria cumprindo suas obrigações como anfitrião.
Estrutura insuficiente e o calor de Belém
Para além da segurança, a carta da ONU também alertou para problemas críticos de infraestrutura que estão afetando os participantes da conferência. A falta de ar-condicionado em várias áreas do pavilhão foi um dos pontos destacados, em um contexto onde as altas temperaturas e a umidade de Belém têm sido um desafio para os comissários e delegados internacionais, muitos dos quais não estão adaptados ao clima local.
Outras deficiências apontadas incluíam filas excessivas para alimentação e goteiras em áreas como o Media Center, agravadas por chuvas.
Resposta das autoridades e novos protestos
Em nota, a Casa Civil afirmou que "todas as solicitações da ONU têm sido atendidas" e detalhou medidas tomadas em conjunto com o Departamento de Segurança da ONU (UNDSS). Entre elas estão o reposicionamento e ampliação do efetivo de força, a ampliação do espaço entre as Zonas Azul e Verde e o fortalecimento do perímetro com a instalação de novos gradis e barreiras metálicas.
O reforço foi colocado à prova já nesta sexta-feira (14), quando indígenas do povo Munduruku protestaram pacificamente e bloquearam a entrada principal da Zona Azul. Os participantes da COP30 tiveram que utilizar uma entrada alternativa para acessar o local. O ato visava exigir uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a revogação do Decreto nº 12.600/2025, que institui o Plano Nacional de Hidrovias.
Com informações de: G1, CNN Brasil, Agência Brasil, BBC, UOL, Gazeta do Povo. ■