A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar nesta terça-feira (11) os dez réus do chamado núcleo 3 da trama golpista que investiga a tentativa de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022. O grupo é composto majoritariamente por militares de forças especiais, os "kids pretos".

O julgamento está marcado para ocorrer em quatro sessões, distribuídas nos dias 11, 12, 18 e 19 de novembro. As sessões de terça (11) e da semana seguinte (18) terão períodos da manhã (9h às 12h) e da tarde (14h às 19h).

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), os militares deste núcleo atuaram como o braço operacional da tentativa de golpe, sendo responsáveis por "ações coercitivas" que incluíam:

• Um plano detalhado, chamado "Punhal Verde e Amarelo", para assassinar autoridades;
• O monitoramento de ministros do STF e do presidente eleito;
• A pressão sobre comandantes das Forças Armadas para que apoiassem a ruptura democrática.

A acusação divide os réus em três grupos principais de atuação dentro do núcleo:

1. Plano de assassinato: Dois tenentes-coronéis são acusados de integrar a operação "Copa 2022", que teria como objetivo neutralizar o ministro Alexandre de Moraes em 15 de dezembro de 2022.
2. Pressão sobre comando militar: Militares, incluindo um general da reserva, são acusados de se reunir para elaborar estratégias para pressionar a alta cúpula das Forças Armadas a aderir ao golpe.
3. Desinformação: Réus acusados de espalhar notícias falsas sobre as urnas eletrônicas para inflamar os movimentos golpistas.

Os dez réus que serão julgados são [citation:3][citation:9]:

• Bernardo Romão Correa Netto (Coronel)
• Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira (General da reserva)
• Fabrício Moreira de Bastos (Coronel)
• Hélio Ferreira Lima (Tenente-Coronel)
• Márcio Nunes de Resende Júnior (Coronel)
• Rafael Martins de Oliveira (Tenente-Coronel)
• Rodrigo Bezerra de Azevedo (Tenente-Coronel)
• Ronald Ferreira de Araújo Júnior (Tenente-Coronel)
• Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (Tenente-Coronel)
• Wladimir Matos Soares (Agente da Polícia Federal)

A PGR pede a condenação de nove dos dez réus por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano ao patrimônio público. No caso do tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Júnior, a acusação foi rebaixada para incitação ao crime, por entendimento do procurador-geral Paulo Gonet de que não há provas de seu envolvimento profundo com a organização criminosa. As defesas de todos os réus negam as acusações e pedem absolvição.

Com informações de: G1, Folha de S.Paulo, CNN Brasil, Estadão, UOL, STF, Broadcast. ■