Siga nossas redes sociais | ![]() | Siga nossos canais |
Os Estados Unidos deslocaram tropas e mísseis antinavio para o norte das Filipinas como parte de uma série contínua de exercícios de guerra conjuntos. O objetivo central desta estratégia é, em caso de um ataque chinês a Taiwan, bloquear o Estreito de Bashi e negar o acesso da marinha chinesa ao Oceano Pacífico. Um ex-chefe militar filipino resumiu a importância tática: "Você não pode invadir Taiwan se não controlar o norte das Filipinas".
As Forças Armadas dos EUA posicionaram pela primeira vez um lançador do Navy Marine Expeditionary Ship Interdiction System (NMESIS) na ilha de Batan, no arquipélago de Batanes, durante os exercícios anuais Balikatan. Batanes é a província mais ao norte das Filipinas, cujas ilhas estão estrategicamente localizadas no sul do Estreito de Bashi, a menos de 150 quilómetros de Taiwan. Cerca de 14.000 militares – 9.000 americanos e 5.000 filipinos – participaram nestes exercícios, que as autoridades descreveram como um "ensaio para a nossa defesa".
O Estreito de Bashi é uma importante rota de navegação entre as Filipinas e Taiwan que conecta o Mar da China Meridional com o Pacífico Ocidental. Para os EUA e seus aliados, controlar este ponto é vital para, em um cenário de conflito, impedir que a marinha chinesa se projete para o oceano aberto e isolar Taiwan.
Em resposta aos exercícios, um grupo de porta-aviões chinês navegou perto de Batanes poucos dias antes da implantação dos mísseis americanos, um sinal claro da tensão na área. O Ministério da Defesa Nacional da China classificou os exercícios e as implantações de mísseis como ações que perturbam a paz e a estabilidade regional.
A preocupação com um possível conflito por Taiwan é aberta entre as lideranças filipinas. O Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas das Filipinas, General Romeo Brawner, ordenou que as tropas na região planejassem "ações para o caso de haver uma invasão de Taiwan". O presidente Bongbong Marcos também afirmou que uma guerra sobre Taiwan "arrastaria as Filipinas para o conflito" devido à sua proximidade geográfica.
Para fortalecer sua presença, as Filipinas ativaram recentemente uma nova base de operações avançada em Mahatao, na ilha de Batan, para apoiar as operações de defesa e vigilância no Estreito de Luzon. Esta base é a maior já construída pelas Forças Armadas Filipinas na região de Batanes.
Os habitantes de Batanes, acostumados a uma vida pacata, viram sua realidade transformada pela competição entre grandes potências. "Ficamos aterrorizados", recorda Marilyn Hubalde, de 65 anos, sobre a primeira vez que viu helicópteros de guerra americanos e filipinos sobrevoando a ilha em 2023. "Pensamos que a China pudesse atacar quando soubesse que havia exercícios militares em Batanes". Desde então, os cerca de 20.000 residentes do arquipélago tornaram-se familiarizados com os jogos de guerra de alto nível.
Com informações de: Associated Press, Bloomberg, Reuters, U.S. Naval Institute News. ■