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Parlamentares do Caribe e América Latina declaram apoio à Venezuela
Legisladores reunidos em Caracas condenaram o aumento da presença militar norte-americana no Caribe e exigiram o respeito à soberanía e à paz regional
America do Sul
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■   Bernardo Cahue, 31/10/2025

Em uma resposta coordenada à crescente pressão dos Estados Unidos sobre a Venezuela, parlamentares de mais de uma dezena de países se reuniram em Caracas para o Encontro Parlamentario del Gran Caribe por la Paz. O evento, realizado nesta sexta-feira, teve como objetivo articular uma posição comum de defesa da soberania e da paz, frente à massiva implantação militar dos EUA nas águas do Caribe.

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, foi enfático ao denunciar as intenções dos Estados Unidos. Segundo ele, a agressão contra seu país é uma política destinada a impor uma mudança de regime e apoderar-se dos recursos naturais venezuelanos, como petróleo, gás, mineração e terras raras. Rodríguez alertou que todas as nações latino-americanas estão ameaçadas por um poder que se erige como "polícia do mundo".

O encontro serviu como plataforma para críticas firmes ao governo dos EUA:

  • Ana María Mari Machado, vice-presidenta do Parlamento cubano, declarou: " O imperialismo erra ao nos subestimar; não somos seu quintal.".
  • Gloria Flórez, senadora da Colômbia, afirmou que a luta contra as drogas é um pretexto e que "a guerra desde o norte contra as drogas fracassou e só serve para a intervenção em nossos países".
  • Em nome da Nicarágua, o chanceler Denis Moncada ratificou o apoio incondicional à paz e à soberania da Venezuela.

Este cenário de tensão regional foi recentemente levado ao Conselho de Segurança da ONU, que realizou uma sessão de emergência para discutir a escalada. Durante o encontro, o embaixador venezuelano Samuel Moncada denunciou que os EUA executam uma campanha de desinformação e agressão sistemática, com uma implantação militar que inclui mais de 10.000 efetivos, aviões de combate e submarinos, o que constitui uma "ameaça direta" à paz. Enquanto isso, os representantes de China e Rússia expressaram sua rejeição à presença militar norte-americana, alertando que ela ameaça a estabilidade do Caribe.

Os Estados Unidos, por sua vez, mantêm sua posição. O conselheiro político norte-americano, John Kelley, afirmou perante o Conselho que seu objetivo é frear a entrada de drogas em seu território, justificando as ações sob o argumento de "defesa própria" autorizada pela Carta da ONU. A administração Trump não reconhece Nicolás Maduro como presidente legítimo da Venezuela e oferece uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à sua captura, acusando-o de narcotráfico.

Com informações de: CNN, BBC, TRT Español, Al Mayadeen Español. ■