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A Operação policial nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou em iniciais 64 mortes (121 oficiais de acordo com o Estado, 144 de acordo com os levantamentos de ocorrências em órgãos de imprensa), foi classificada como "desastre operacional" pela antropóloga e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), Jacqueline Muniz.
A análise detalhada da especialista aponta 16 falhas críticas na operação considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro.
Abandono da população e exposição ao risco
A operação deixou sem policiamento cerca de cinco milhões de moradores ao imobilizar 2.500 policiais em um único perímetro, abrindo brechas para crimes oportunistas.
Aumento da letalidade e vitimização
A ação foi conduzida majoritariamente por agentes sem qualificação para operações de alto risco, ampliando as chances de mortes entre policiais e civis.
Paralisação da cidade e produção de pânico
O bloqueio territorial descoordenado gerou colapso urbano com prejuízos econômicos e sociais, produzindo medo e desorientação social.
Sabotagem do trabalho de inteligência
As 64 mortes sabotaram o trabalho das próprias polícias, pois os mortos poderiam revelar as parcerias entre Estado e crime.
Serviço prestado ao crime organizado
A especialista afirma que, paradoxalmente, ao matar os supostos criminosos, o Estado prestou um serviço ao crime organizado, eliminando mão de obra substituível enquanto os líderes permaneceram intocados.
Segundo a antropóloga, "nenhuma operação policial pode parar uma cidade" e a ação revela improviso e populismo na gestão da segurança pública.
Com informações de Agência Brasil, A Pública, BBC, CNN Brasil, Migalhas, O Globo, Revista Fórum. ■