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Maduro acusa CIA de planejar ataque falso contra navio dos EUA
Governo de Maduro afirmou que plano visava justificar uma ofensiva militar contra Caracas; Washington e Trinidad e Tobago negaram as acusações
America do Sul
Foto: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSNISmF6HZ7-bSaOfstD1LdPxI8SG6e-G0xmw&s
■   Bernardo Cahue, 28/10/2025

O governo da Venezuela informou nesta semana que desmantelou uma célula criminosa que estaria ligada à Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos e que planejava um ataque de "bandeira falsa" contra um navio de guerra norte-americano. A acusação foi feita pelo ministro do Interior venezuelano, Diosdado Cabello, que detalhou o suposto plano.

De acordo com as autoridades venezuelanas, a intenção seria atacar o contratorpedeiro USS Gravely, que estava em Trinidad e Tobago, e usar o incidente como uma justificativa para uma "ofensiva militar americana contra a Venezuela". Caracas afirmou que o desmantelamento desta célula resultou na prisão de pelo menos quatro pessoas diretamente vinculadas ao esquema.

Em resposta às acusações, tanto o governo dos Estados Unidos quanto o de Trinidad e Tobago negaram veementemente a existência de tal plano. O navio USS Gravely faz parte de uma ampla frota militar dos EUA que tem sido enviada para o Caribe nas últimas semanas, uma movimentação que o governo de Nicolás Maduro classifica como uma "provocação hostil".

Contexto de Tensão Crescente

Este anúncio ocorre em um momento de extrema tensão diplomática e militar entre Estados Unidos e Venezuela:

  • O presidente Donald Trump admitiu publicamente ter autorizado operações secretas da CIA dentro da Venezuela, alegando que o país enviaria drogas e criminosos para os EUA.
  • Os EUA realizaram uma série de ataques letais a embarcações no Caribe, próximo à costa venezuelana, que resultaram na morte de dezenas de pessoas. O governo americano afirma que os barcos transportavam drogas, mas não apresentou provas publicamente.
  • Uma significante presença militar norte-americana, incluindo destróieres, caças F-35, um submarino nuclear e o grupo de elite Night Stalkers, foi deslocada para a região do Caribe.

Reações e desdobramentos

Em meio a estas acusações, a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, anunciou a proposta de romper um acordo de cooperação energética com Trinidad e Tobago, assinado em 2015. A justificativa foram as "supostas ameaças militares dos EUA" e a permissão para operações militares norte-americanas em seu território.

Enquanto isso, o presidente Nicolás Maduro adotou publicamente um tom que alterna entre defesa e apelo pela paz. Ele já afirmou que a Venezuela conta com milhares de mísseis antiaéreos para sua defesa, mas também pediu "paz, sim; paz, sim, para sempre; paz para sempre. Sem guerra maluca, por favor!".

Não é o primeiro caso de "falsa bandeira"

Ainda neste mês de outubro, o governo da Venezuela emitiu alerta aos EUA de um plano supostamente liderado pela extrema-direita, de cuja principal liderança é da atual ganhadora do Nobel da Paz, María Corina Machado, para detonar uma bomba no consulado dos Estados Unidos em Caracas.

Com informações de: G1, El País, UOL, Veja, Veronoticias, BBC, Associated Press, Progressive International.■