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Em meio a tensões comerciais com a China, Estados Unidos e Japão assinaram um acordo de cooperação para assegurar o abastecimento de minerais críticos e terras raras, elementos essenciais para a indústria de tecnologia e defesa.
O acordo foi formalizado em Tóquio pela primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, e pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O pacto tem como pano de fundo as recentes restrições à exportação impostas pela China, que praticamente monopoliza o processamento e a venda desses materiais.
O principal objetivo declarado da parceria é “ajudar ambos os países a alcançarem a resiliência e a segurança das cadeias de suprimentos”. Para isso, as duas nações vão:
O escopo do acordo não se limita ao processamento de matérias-primas, mas estende-se a produtos derivados, como :
Esta iniciativa representa um esforço coordenado para construir cadeias de abastecimento “novas e seguras”, reduzindo a dependência de um único fornecedor e garantindo o fornecimento estável de insumos vitais para a economia moderna.
A indústria dos Estados Unidos enfrenta uma crise de abastecimento de minerais de terras rarasdois meses de produção, levando à paralisação de linhas de montagem de automóveis e à preocupações no setor de defesa. A dependência norte-americana das exportações chinesas, somada a tensões geopolíticas e interrupções na cadeia global de suprimentos, criou um cenário crítico para setores vitais da economia.
O setor automotivo é um dos mais impactados. De acordo com o Federal Reserve Bank de Chicago, a produção de veículos leves sofreu uma queda, com várias montadoras relatando interrupções na cadeia de suprimentos de terras raras pesadas. Empresas renomadas, como Jeep e Ford, foram forçadas a paralisar temporariamente a produção em estados como Michigan e Kentucky, afetando milhares de empregos. Os elementos de terras raras são componentes essenciais para a fabricação de conversores catalíticos e dos ímãs permanentes usados em motores de veículos elétricos, tornando a escassez um desafio inédito e de difícil gerenciamento para os fabricantes.
Na área de defesa, a situação também é grave. Os metais raros, capazes de suportar altas temperaturas, são insumos críticos para a produção de sistemas de orientação de mísseis, caças e lasers de artilharia. O Pentágono estaria pressionando fornecedores a dobrarem ou quadruplicarem seus estoques de armas consideradas críticas para um hipotético conflito, em um esforço para expandir o poderio militar diante da escassez. A dependência de fornecedores estrangeiros para componentes essenciais expôs uma vulnerabilidade estratégica para o país.
Esta crise tem raízes na dependência externa e em questões geopolíticas. A China detém um domínio significativo sobre a indústria global de terras raras, sendo um dos poucos países com maquinário para a extração e refino desses minerais. Em abril, a imposição de condicionantes mais rígidos para exportações pela China freou as remessas para o resto do mundo, afetando diretamente os Estados Unidos. Como resposta, o governo Trump tem adotado medidas agressivas, incluindo a ameaça de tarifas de 100% sobre controles de exportação chineses de terras raras e o investimento em empresas domésticas do setor.
Em meio a esse cenário, o Brasil, que detém a segunda maior reserva de terras raras do planeta, surge como um ator geopolítico relevante. O governo dos EUA já demonstrou interesse em fechar acordos com o Brasil para aquisição desses minerais estratégicos, embora o presidente Lula tenha reafirmado a soberania nacional sobre tais recursos. A exploração de terras raras no Brasil ainda é incipiente, com apenas uma mineradora em operação comercial, refletindo os desafios que o país precisa superar para se tornar um fornecedor global.
Com informações de CNN Brasil, Opportimes, TIKR, Gazeta do Povo, RTP, CartaCapital
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