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Lula detalha a Trump plano de assassinato e condenação de Bolsonaro
Presidente brasileiro revelou em reunião bilateral os detalhes do suposto plano golpista que incluía sua execução, após ser informado pela cúpula da PF
Politica
Foto: https://static.poder360.com.br/2025/10/lula-trump-848x477.jpg
■   Bernardo Cahue, 27/10/2025

Em um encontro bilateral realizado em Kuala Lumpur, Malásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) detalhou ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, os aspectos da investigação que apontou Jair Bolsonaro como partícipe de um plano que incluía seu assassinato e um golpe de Estado após as eleições de 2022. A conversa, que durou cerca de 50 minutos, ocorreu durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).

Lula afirmou a jornalistas que contestou as alegações de Trump sobre o julgamento de Bolsonaro, enfatizando a seriedade do processo. "Disse para ele que o julgamento foi um julgamento muito sério, com provas muito contundentes", declarou o presidente. Lula também destacou que os acusados "foram julgados com direito de defesa" e mencionou especificamente a descoberta de um plano para matá-lo, além do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Em uma declaração contundente, Lula previu a Trump que "Com três reuniões que você fizer comigo, você vai perceber que o Bolsonaro era nada, praticamente".

As provas do "Punhal Verde e Amarelo"

O plano ao qual Lula se referiu foi investigado pela Polícia Federal (PF) em uma operação batizada de "Punhal Verde e Amarelo". Segundo o relatório da PF, que citou Bolsonaro 516 vezes, o objetivo da organização criminosa era "impedir a posse do governo legitimamente eleito" e "abolir o Estado Democrático de Direito". As investigações apontam que Bolsonaro "planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva" nos atos do grupo.

Os elementos colhidos pela PF incluem:

  • Plano de Assassinato: A investigação revelou um plano para eliminar fisicamente Lula, Alckmin e Moraes. A execução de Lula, codinome "Jeca", foi planejada para 15 de dezembro de 2022 e considerava o uso de envenenamento, aproveitando suas idas frequentes a hospitais.
  • Arsenal Bélico: Para o ministro Moraes, codinome "professora", o grupo previu um ataque com arsenal de guerra, incluindo metralhadora M249, lança-granada 40mm e um lança-rojão AT4.
  • Envolvimento de Aliados: O general Mario Fernandes, que integrou o governo Bolsonaro, foi apontado como um dos principais articuladores. Ele teria enviado um áudio para Mauro Cid, então ajudante-de-ordens de Bolsonaro, indicando que o então presidente estava ciente dos planos.
  • Decreto Golpista: Bolsonaro contou com um "núcleo jurídico" para elaborar um decreto que previa uma ruptura institucional e, por determinação do ex-presidente, uma versão do documento incluía a ordem de prisão do ministro Alexandre de Moraes.

Reações e contexto diplomático

A revelação de Lula a Trump ocorre em um momento de recalibragem nas relações entre Brasil e Estados Unidos. Recentemente, os EUA aumentaram para 50% as tarifas sobre produtos brasileiros, medida que, segundo apuração jornalística, teve como uma das justificativas o avanço do julgamento da trama golpista no Brasil. Lula disse ter rebatido o argumento americano e demonstrou otimismo, afirmando que Trump orientou suas equipes a fechar um acordo comercial com o Brasil nas "próximas semanas".

Por outro lado, a reação inicial de Lula ao ser informado pela cúpula da PF sobre o plano contra sua vida foi de "surpresa e indignação", segundo relatou o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues. Em declaração pública posterior, o presidente chegou a afirmar: "Eu sou um cara que tenho que agradecer agora, muito mais, porque eu tô vivo. A tentativa de envenenar eu e Alckmin não deu certo, nós estamos aqui".

Com informações de: BBC, CNN Brasil, UOL, Veja, CartaCapital, G1. ■