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Venezuela anuncia captura de supostos mercenários e acusa CIA de orquestrar ataque
Governo de Nicolás Maduro aleta que grupo tinha "instruções diretas" da agência de inteligência norte-americana e denuncia exercícios militares EUA-Trinidad e Tobago como "provocação hostil"
America do Sul
Foto: https://assets.brasildefato.com.br/2025/09/bdf-20250918-192627-324621-scaled.jpg
■   Bernardo Cahue, 26/10/2025

O governo da Venezuela anunciou neste domingo (26) a captura de um grupo de supostos mercenários que, de acordo com o Executivo de Nicolás Maduro, atuava com instruções diretas da CIA (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos). A informação foi divulgada em um comunicado oficial pela vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez.

Segundo o comunicado, a interceptação desse grupo permitiu à Venezuela determinar que estaria em andamento uma operação de "falsa bandeira". O governo alega que o suposto ataque, que teria como objetivo "gerar um confronto militar total", poderia ser lançado a partir de águas territoriais de Trinidad e Tobago ou de solo venezuelano.

Contexto de tensão com os Estados Unidos

O anúncio ocorre em um momento de alta nas tensões bilaterais e coincide com o início de exercícios militares conjuntos entre Estados Unidos e Trinidad e Tobago, que se realizam nas proximidades da costa venezuelana entre os dias 26 e 30 de outubro. Como parte desses exercícios, o destroyer norte-americano USS Gravely atracou no domingo em Port of Spain, capital do arquipélago.

Autoridades dos EUA e de Trinidad e Tobago descreveram as atividades como treinamento de rotina. Jenifer Neidhart de Ortiz, encarregada de negócios da embaixada dos EUA, afirmou que os exercícios visam "enfrentar ameaças compartilhadas, como o crime transnacional".

Acirramento do conflito diplomático

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu na semana passada que autorizou a realização de operações clandestinas da CIA na Venezuela. Washington também acusa o presidente Nicolás Maduro de ser o líder de uma organização criminosa, o Tren de Aragua, e tem conduzido uma série de operações militares na região sob a justificativa de combate ao narcotráfico.

Em resposta, Maduro classificou o envio de navios de guerra como uma tentativa do governo norte-americano de "inventar uma nova guerra eterna" contra a Venezuela. O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, informou que as Forças Armadas do país realizaram, no último sábado (25), exercícios de defesa costeira para se proteger de "ameaças terroristas e operações encobertas".

Reações regionais

O governo venezuelano direcionou críticas contundentes à primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, acusando-a de ter "renunciado à soberania" de seu país para se alinhar com os Estados Unidos, convertendo "seu território em um porta-aviões americano".

Em um desdobramento regional, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, se dispôs a atuar como um interlocutor no diálogo entre os EUA e a Venezuela. A proposta foi feita durante uma reunião com Donald Trump na Cúpula da ASEAN, em Kuala Lumpur.

Com informações de: The-Express, Hindustan Times, UOL, Sic Notícias, Gulf News, Indian Express, Jornal de Notícias, G1, Jamaica Observer. ■