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O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados arquivou, nesta quarta-feira (22), o processo que pedia a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por quebra de decoro parlamentar. A decisão, tomada por 11 votos a 7, seguiu o voto do relator, deputado Delegado Marcelo Freitas (União-MG), que considerou legítima a atuação do parlamentar no exterior.
O processo foi aberto a partir de uma representação do PT, que acusava o deputado de, a partir dos Estados Unidos, atacar instituições brasileiras e articular sanções internacionais contra o país. Apesar do arquivamento no âmbito ético, o mandato de Eduardo Bolsonaro permanece sob ameaça em outra frente: o excesso de faltas nas sessões da Câmara.
Em seu parecer, o relator Delegado Marcelo Freitas argumentou que o Conselho de Ética não deve atuar como censor das palavras do parlamentar. Ele defendeu que "o ato de opinar, discordar ou denunciar, mesmo que em foro estrangeiro, não constitui infração ética, mas exercício legítimo do mandato representativo". O presidente do Conselho, Fabio Schiochet, negou um pedido de mudança de relator feito pela oposição, que alegava proximidade entre o relator e o representado.
Desde o início de 2025, Eduardo Bolsonaro estabeleceu residência nos Estados Unidos e tem se reunido com políticos aliados do presidente Donald Trump. Sua atuação é apontada como um dos fatores por trás da série de sanções aplicadas pelo governo americano contra autoridades brasileiras, em um contexto de tensão diplomática.
Enquanto mora fora, a situação de Eduardo Bolsonaro na Câmara é marcada pela baixa frequência. Dados de setembro mostram que, desconsiderando seu período de licença, ele tinha mais faltas não justificadas (56,25%) do que presenças nos dias com sessão deliberativa. A Constituição prevê a perda do mandato para deputados que faltam a mais de um terço das sessões anuais.
As investigações sobre a conduta de Eduardo Bolsonaro não se limitam ao Conselho de Ética. O deputado também é alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), onde a Procuradoria-Geral da República (PGR) o denunciou pelos crimes de coação no curso do processo e obstrução de Justiça. A PGR alega que o parlamentar atuou para pressionar autoridades brasileiras por meio das sanções econômicas americanas, em um contexto de ações judiciais que envolvem seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Com informações de: Agência Brasil, BBC, CNN Brasil, G1, O Globo, Poder360, UOL. ■