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Silêncio encomendado: como a grande mídia americana minimizou os protestos históricos contra Trump
Uma análise sobre o posicionamento editorial da imprensa tradicional e a sombra do controle de informações do Pentágono sobre a cobertura dos protestos democráticos
Analise
Foto: https://static01.nyt.com/images/2025/10/19/nytfrontpage/scan.jpg
■   Bernardo Cahue, 19/10/2025

Os protestos "No Kings", que levou cerca de 7 milhões de pessoas às ruas dos Estados Unidos no dia 18 de outubro, representaram um dos maiores movimentos de resistência civil da história recente do país. No entanto, a cobertura deste evento monumental pela grande mídia americana, notadamente pelo The New York Times, seguiu um roteiro de minimização e ocultação.

Enquanto veículos como USA Today e The Wall Street Journal deram algum destaque inicial às manifestações, o NYT adotou uma postura que beira a covardia editorial. No sábado, a notícia foi escondida abaixo da primeira tela do site. No domingo, a chamada foi relegada a um espaço inferior, entre títulos secundários, em um movimento mais acentuado de apagamento do que o de seus concorrentes.

Este comportamento não é um simples erro de pauta. Ele reflete uma conjuntura mais ampla e perigosa:

  • A Subserviência ao Poder: A decisão do Pentágono de controlar o fluxo de informações forçou os conglomerados de mídia a uma encruzilhada: revoltar-se contra a censura ou aceitá-la em troca de acesso e uma aura de apoio ao governo.
  • A Opção pela Conivência: Aparentemente, grande parte da imprensa, com o NYT à frente, escolheu a segunda opção. O custo? Soterrar a maior notícia do dia – um gigantesco movimento popular contra a ameaça fascista – em favor de uma aparente estabilidade.
  • A Trincheira que se Dobrou: A pergunta que fica é: o fascismo dobrou o que seria a última trincheira de resistência? A postura da mídia sugere que sim. Ao não dar o devido peso aos protestos, essas corporações não apenas falharam com seu dever jornalístico, mas também se alinharam a um projeto de esvaziamento da democracia.

A estratégia é clara: ao controlar a narrativa, o governo busca desmobilizar a oposição e passar uma imagem de controle. A grande imprensa, ao se render a essa lógica, torna-se cúmplice. O caso do New York Times é o mais simbólico justamente por sua histórica reputação. Quando a "trincheira" cai, o que resta é a escuridão da desinformação e o silêncio ensurdecedor sobre a voz das ruas.

Com informações de Diário do Centro do Mundo (DCM), NYT, WSJ, USA Today, CNN. ■