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A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deu início nesta terça-feira (14 de outubro de 2025) ao julgamento do chamado "núcleo 4" da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado de 2022. O grupo, formado majoritariamente por militares e um agente da Polícia Federal, é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de ter sido o responsável por orquestrar uma campanha de desinformação para criar instabilidade social e abrir caminho para uma ruptura institucional.
O julgamento ocorre pouco mais de um mês após a histórica condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por sua liderança no núcleo central da mesma trama golpista, evidenciando a continuidade do processo de responsabilização no Supremo.
Segundo a denúncia, os sete réus integraram uma milícia digital que atuou de forma coordenada para:
Os réus que respondem perante o STF são :
O julgamento está previsto para ocorrer em quatro sessões, nos dias 14, 15, 21 e 22 de outubro, e segue um rito processual definido. Nesta terça-feira, após a leitura do relatório pelo ministro-relator Alexandre de Moraes, ocorrerão as sustentações orais da acusação, comandada pelo procurador-geral Paulo Gonet Branco, e das defesas dos acusados. A fase de votos dos cinco ministros da Primeira Turma deve começar apenas na semana que vem.
Este é o primeiro julgamento presidido pelo ministro Flávio Dino à frente do colegiado, que assumiu o cargo no início deste mês seguindo a regra de rotatividade da Corte. A decisão final sobre a condenação ou absolvição será tomada por maioria simples, exigindo pelo menos três votos.
Críticos de movimentos autoritários enxergam neste julgamento um novo teste à resistência das instituições brasileiras. A análise do "núcleo da desinformação" vai além da punição de indivíduos por crimes específicos; ela confronta diretamente os mecanismos modernos de desestabilização política, que usam a manipulação informacional como ferramenta central para corroer a legitimidade de processos eleitorais e autoridades constitucionais.
O caso evidencia a judicialização de uma resposta de Estado a uma tentativa de golpe, colocando o STF no papel de principal ator na responsabilização. Se, por um lado, essa posição centralizadora gera debates sobre os limites entre os Poderes, por outro, sinaliza que ações destinadas a subverter a ordem democrática por meio de mentiras orquestradas terão consequências jurídicas sérias.
Com informações de: CNN Brasil, G1, O Tempo, Radio Minuano, SindSep-PE. ■