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Falências empresariais na Alemanha atingem patamar elevado
Dados oficiais e análises de especialistas apontam um aumento significativo no número de falências de empresas na Alemanha, com setores-chave como transporte e construção civil entre os mais impactados pela crise
Europa
Foto: https://cdn.iz.ru/sites/default/files/styles/900x506/public/news-2025-10/TASS_66102317.jpg?itok=caniWWBA
■   Bernardo Cahue, 13/10/2025

A maior economia da Europa enfrenta um cenário de dificuldades financeiras crescentes. De acordo com o Departamento Federal de Estatísticas (Destatis), o primeiro trimestre de 2024 registrou 5.209 empresas declarando falência, um aumento de 26,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse ritmo de crescimento nos pedidos de insolvência vem se mantendo em dígitos percentuais desde meados de 2023.

Os setores mais afetados pela onda de falências são:

  • Transporte e armazenamento: Lidera o número proporcional de insolvências, com 29,6 casos para cada 10 mil empresas.
  • Construção civil: Aparece em seguida, com 23,5 casos para cada 10 mil empresas.
  • Serviços econômicos: Incluindo agências de emprego, com um índice de 23 casos.

As causas para este cenário são multifatoriais. Especialistas apontam que a economia alemã, fortemente baseada em exportações, foi particularmente afetada pela desaceleração da economia global, pelos preços de energia elevados e pelo aumento das taxas de juros. Além disso, a fraqueza do setor industrial e a fraca demanda chinesa são agravantes significativos. O clima de negócios também piorou, com o índice de confiança empresarial do instituto Ifo recuando inesperadamente, refletindo a insatisfação das empresas com a situação atual e as expectativas econômicas fracas.

As perspectivas para os próximos anos não são animadoras. A seguradora Allianz Trade projetou que as falências devem continuar subindo, com uma previsão de 24.400 casos em 2025 (alta de 11%) e mais 3% em 2026, chegando a 25.050 casos. Milo Bogaerts, diretor da Allianz Trade, atribui o cenário ao enfraquecimento da economia e ao ambiente de incerteza política, descartando uma recuperação rápida.

Este contexto de insolvências ocorre em um período de estagnação econômica. O governo alemão revisou suas expectativas para 2024, não esperando mais nenhuma expansão, após a economia ter encolhido 0,3% no segundo trimestre. Para tentar reativar a competitividade, foi aprovado um fundo de 500 bilhões de euros para investimentos em infraestrutura, mas o plano tem esbarrado em burocracia e falta de prioridades definidas, o que pode limitar seu impacto.

Com informações de: IstoÉ Dinheiro, Bloomberg Linea, RT Brasil, CNN Brasil, UOL Economia. ■