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Macron renomeia Lecornu como primeiro-ministro
Decisão ocorre quatro dias após a renúncia do premiê e após prazo para anúncio não ser cumprido, elevando a tensão no país
Europa
Foto: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTK30KtnS7r89N5t9CPQ8u4XijY3rueRZX2Lg&s
■   Bernardo Cahue, 11/10/2025

O presidente francês, Emmanuel Macron, oficializou na noite de sexta-feira (10) a renomeação de Sébastien Lecornu para chefiar o governo como primeiro-ministro, em uma tentativa de conter uma profunda crise política que paralisa o país. A nomeação aconteceu após o próprio Macron descumprir um prazo que havia estipulado para anunciar o novo chefe de governo, aumentando a instabilidade.

Lecornu, de 39 anos, havia apresentado sua renúncia na última segunda-feira (6), após menos de um mês no cargo, alegando a intransigência dos partidos políticos que, segundo ele, colocaram seus interesses à frente dos da França. Em um discurso, ele afirmou que cada partido "queria que o outro adotasse todo o seu programa", o que tornou a formação de um governo viável impossível naquele momento.

Antes da decisão final, Macron conduziu uma rodada de consultas com os líderes dos principais partidos no Palácio do Eliseu. significativamente, o presidente excluiu representantes da extrema-direita (Reunião Nacional) e da esquerda radical (França Insubmissa) dessas conversas. A justificativa de sua equipe foi a de que estes são partidos que "procuram a dissolução" do Parlamento.

A renomeação de Lecornu foi recebida com críticas imediatas e ameaças de moções de censura pela oposição.

  • Jordan Bardella, presidente do Reunião Nacional, classificou o governo "Lecornu II" como uma "piada de mau gosto, uma vergonha democrática e uma humilhação para o povo francês".
  • Marine Le Pen, líder do mesmo partido, declarou que a "censura é essencial, e a dissolução é mais inevitável do que nunca".
  • Stephane Troussel, porta-voz do Partido Socialista, chamou a situação de "farsa" , enquanto Mathilde Panot, da França Insubmissa, acusou Macron de governar "pelo desgosto e pela raiva".

O novo e ao mesmo tempo antigo primeiro-ministro aceitou a missão, que considera um "dever", com o objetivo principal de "dotar a França de um orçamento para o final do ano" e acabar com a crise que está "exasperando o povo francês". Lecornu terá a difícil tarefa de tentar formar um novo gabinete e construir uma maioria parlamentar para aprovar o Orçamento de 2026, essencial para lidar com a dívida pública do país, que é uma das mais altas da União Europeia .

Com informações de: Reuters, G1, RFI, UOL, Público, O Globo, Swissinfo. ■