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Pesquisadores do reator de fusão nuclear experimental Wendelstein 7-X, localizado em Greifswald, Alemanha, estabeleceram um novo recorde mundial em um parâmetro fundamental para a viabilidade da energia de fusão. Durante a campanha experimental que terminou em 22 de maio, a máquina do tipo estelarator manteve um pico no produto triplo - um valor que mede a proximidade de um plasma de gerar mais energia do que consome - por 43 segundos.
Este resultado supera os recordes anteriores de dispositivos do tipo tokamak, como o JET (Reino Unido) e o JT-60U (Japão), para durações de plasma longas, marcando um passo significativo no caminho para futuras usinas de fusão baseadas no conceito estelarator. Thomas Klinger, chefe de operações do Wendelstein 7-X, descreveu o feito como "outro marco importante no caminho para um estelarator com capacidade de usina de energia".
Também conhecido como Critério de Lawson, o produto triplo é o indicador-chave que define o limiar que um plasma deve ultrapassar para começar a produzir mais energia de fusão do que a potência de aquecimento injetada. Ele é calculado a partir de três fatores:
No experimento recorde, a temperatura do plasma foi elevada a mais de 20 milhões de graus Celsius, com picos atingindo 30 milhões de graus.
A conquista foi possibilitada por uma colaboração internacional e por uma inovação tecnológica crucial: um injetor de pellets desenvolvido pelo Laboratório Nacional de Oak Ridge, nos Estados Unidos. Este dispositivo:
O aquecimento foi realizado simultaneamente por potentes micro-ondas, e a coordenação precisa entre o fornecimento de combustível e o aquecimento foi fundamental para o sucesso.
Além do recorde do produto triplo, a campanha experimental, conhecida como OP 2.3, registrou mais duas conquistas notáveis:
O Wendelstein 7-X é a principal instalação de pesquisa do mundo do tipo estelarator, um conceito alternativo ao mais comum tokamak. A principal diferença está no desenho dos magnetos supercondutores que confinam o plasma: enquanto os tokamaks dependem de uma forte corrente elétrica dentro do próprio plasma para auxiliar no confinamento, os estelarators geram todo o campo magnético de forma externa, através de bobinas de formato complexo.
Isso torna os estelarators intrinsicamente mais adequados para a operação contínua, um requisito essencial para uma futura usina de energia, enquanto os tokamaks operam naturalmente em pulsos. O recorde recente demonstra que os estelarators podem alcançar níveis de desempenho semelhantes aos dos tokamaks, mas com o benefício adicional da potencial operação estável e de longa duração.
Robert Wolf, chefe de Aquecimento e Otimização do Estelarator, resumiu: "Os registros desta campanha experimental são muito mais do que meros números. Eles representam um avanço significativo na validação do conceito do estelarator".
Com informações de: iter.org, Época Negócios, World Nuclear News, ifpilm.pl, greenvibe.pt, ipp.mpg.de, Innovation News Network. ■