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Pelo menos 24 pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas após o exército de Mianmar realizar um bombardeio utilizando parapentes motorizados contra uma multidão que participava de um festival budista. O ataque ocorreu na noite de segunda-feira (7 de outubro de 2025) no município de Chaung U, na região de Sagaing, no noroeste do país.
As vítimas estavam reunidas para uma vigília à luz de velas, marcando o Thadingyut, um importante feriado religioso que celebra o fim do retiro budista da quaresma. O evento também era um protesto pacífico contra o recrutamento militar obrigatório e as eleições gerais que o governo militar planeja realizar para dezembro, além de pedir a libertação de presos políticos, incluindo a líder deposta Aung San Suu Kyi. Testemunhas relataram que os parapentes motorizados, também conhecidos como paramotores, realizaram duas sortidas, cada uma soltando duas bombas no local da celebração, que acontecia no pátio de uma escola primária.
O ataque foi condenado internacionalmente. Um porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou que o uso indiscriminado de munições aéreas é inaceitável. A Anistia Internacional classificou a ação como parte de uma "tendência perturbadora" e afirmou que o ataque "deve ser investigado como um crime de guerra". A organização também pediu que o Conselho de Segurança da ONU encaminhe a situação em Mianmar para o Tribunal Penal Internacional.
Em um comunicado divulgado posteriormente, o governo militar reconheceu o ataque, mas acusou as forças de resistência de "usar civis como escudos humanos" em suas campanhas de incitação anti-governo. Testemunhas e membros da resistência local rejeitaram essas alegações, afirmando que as pessoas participaram da cerimônia por vontade própria. Mianmar mergulhou em uma guerra civil depois que o exército tomou o poder em um golpe de estado em 2021, e a região de Sagaing tem sido um dos principais campos de batalha.
Com informações de: BBC, NHK, Al Jazeera, The Hill, ABC News, CNN. ■