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Primeiro-ministro da França renuncia em menos de um mês e aprofunda crise política
Governo de Sébastien Lecornu, o mais curto da história moderna do país, durou apenas 27 dias e coloca presidente Emmanuel Macron em um impasse
Europa
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■   Bernardo Cahue, 06/10/2025

O primeiro-ministro da França, Sébastien Lecornu, renunciou ao cargo nesta segunda-feira (6/10) após menos de um mês no posto, em uma decisão que mergulha o país em uma profunda crise política. O Palácio do Eliseu confirmou que o presidente Emmanuel Macron aceitou a renúncia.

Lecornu, que havia sido nomeado por Macron em 9 de setembro, foi o quinto primeiro-ministro do atual mandato presidencial, que começou em 2022. Seu governo, com apenas 27 dias de duração, torna-se o mais curto da Quinta República Francesa, instaurada em 1958.

A renúncia ocorreu poucas horas após o anúncio da composição de seu novo gabinete ministerial, que desagradou tanto à oposição quanto a aliados do governo. Em um discurso no Palácio de Matignon, sede do premiê, Lecornu atribuiu sua saída à intransigência dos partidos políticos.

"Você deve sempre preferir seu país ao seu partido", declarou o agora ex-premiê, acrescentando que "não se pode ser primeiro-ministro quando as condições não são atendidas".

Origens da crise e reações

A instabilidade política na França foi agravada pela decisão de Macron de convocar eleições parlamentares antecipadas em 2024, o que resultou em um Parlamento fragmentado, sem maioria absoluta. Esta é a mesma dificuldade que derrubou os dois antecessores imediatos de Lecornu, François Bayrou e Michel Barnier.

Diante da renúncia, a oposição reagiu imediatamente:

  • A líder da ultradireita (Reunião Nacional), Marine Le Pen"absolutamente necessárias".
  • O partido de extrema-esquerda França Insubmissa anunciou que solicitará ao Parlamento a votação de um impeachment de Macron.

Impacto nos mercados e opções de Macron

A notícia da renúncia causou impacto imediato na economia. A bolsa de Paris registrou forte queda, o euro se desvalorizou frente ao dólar e os títulos públicos franceses recuaram, refletindo a preocupação dos investidores com a instabilidade.

O presidente Macron agora enfrenta um cenário complexo, com três opções principais:

  1. Nomear um novo primeiro-ministro, sua sexta indicação em dois anos;
  2. Dissolver o Parlamento e convocar novas eleições, o que poderia dar mais poder à ultradireita;
  3. Renunciar, uma possibilidade que ele já rejeitou publicamente.

Com informações de: G1, CNN Brasil, InfoMoney, BBC, DW, UOL, Bloomberg Linea, Times Brasil, Folha de S.Paulo, Poder360. ■