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Eduardo Bolsonaro ameaça: "Sem anistia, não haverá eleição em 2026"
Declaração do deputado, que está nos EUA, acirra tensões no campo da direita e reacende o tom golpista semanas após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro
Politica
Foto: https://cdn-imgs.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2025/10/eduardo-bolsonaro-4.jpg
■   Bernardo Cahue, 03/10/2025

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) usou suas redes sociais nesta quinta-feira (2) para fazer uma declaração de impacto sobre o futuro político do país. Ele afirmou que não haverá eleição em 2026 se o Congresso Nacional não aprovar um projeto de anistia "ampla, geral e irrestrita" para os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, incluindo seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

"A anistia é o mínimo, é a defesa tolerável da democracia. Querer flexibilizar a anistia soa como suavizar a vida de ditadores, que só respeitam o que temem. Sem anistia não haverá eleição em 2026", escreveu o parlamentar.

A postura do deputado é uma reação às negociações em torno do chamado "PL da Dosimetria", relatado pelo deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP). Diferente da anistia, que concede perdão, este projeto propõe apenas uma redução das penas para os condenados. Eduardo Bolsonaro critica publicamente essa alternativa, argumentando que ela não pacifica o país e mantém o risco de perseguição política pela Justiça.

O discurso do deputado ocorre em um momento de tensão no espectro político da direita. Simultaneamente, seus irmãos, como o vereador Carlos Bolsonaro, também se manifestaram contra as promessas de indulto feitas por pré-candidatos do campo, como os governadores Romeu Zema (Novo-MG), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ronaldo Caiado (União-GO). Eles alegam que essa estratégia serve para "enganar inocentes", uma vez que, na avaliação do grupo, um eventual perdão seria barrado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Analises políticas apontam que a defesa intransigente da anistia pelos filhos Bolsonaro, em detrimento de outras soluções negociadas, tem potencial para causar uma implosão no campo conservador, o que, no final, poderia beneficiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição de 2026. A postura de Eduardo Bolsonaro é vista por alguns como um obstáculo para outros nomes da direita e até para aliados de seu próprio pai.

Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde fevereiro de 2025 e é alvo de processos no STF e no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Aliados do deputado defendem que ele seja o candidato à Presidência em 2026, e sua volta ao Brasil estaria condicionada à aprovação da anistia.

Enquanto isso, o relator Paulinho da Força segue em negociações com as bancadas, mas o clima político para a anistia é considerado inexistente. Qualquer texto que eventualmente prospere deve ser uma versão mais branda, focada na dosimetria, e não servirá para libertar o ex-presidente Jair Bolsonaro da prisão.

Com informações de Metrópoles, UOL, Valor Econômico, Facebook - Estadão, G1, O Tempo, Gazeta do Povo, Threads - Estadão, CNN Brasil e Correio Braziliense. ■