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EUA avaliam retirada parcial de tropas da Europa
Especialistas acreditam que um eventual movimento seria gradual e focaria em tropas enviadas recentemente, com a OTAN reforçando seu flanco oriental
Europa
Foto: https://ichef.bbci.co.uk/ace/ws/640/cpsprodpb/f763/live/65e7ada0-f5e6-11ef-9e61-71ee71f26eb1.jpg.webp
■   Bernardo Cahue, 30/09/2025

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está envolvido em uma revisão de seus desdobramentos militares globais que deve levar a uma redução no número de tropas norte-americanas estacionadas na Europa. A expectativa é que propostas concretas sejam apresentadas nos próximos meses, reorientando parte da presença militar para o Indo-Pacífico .

Atualmente, os Estados Unidos mantêm aproximadamente 84.000 militares em solo europeu, um número que tem variado entre 75.000 e 105.000 desde a invasão russa da Ucrânia em 2022. O grosso dessas forças está estacionado na Alemanha (40.000), Polônia (14.000), Itália (13.000) e Reino Unido (10.000).

O embaixador dos EUA na OTAN, Matthew Whitaker, tem afirmado que o processo está sendo conduzido em consulta com os aliados, sob o princípio de "não haver surpresas e nem lacunas" na estrutura estratégica de segurança da Europa. A avaliação é parte de uma estratégia mais ampla para pressionar os países-membros da Aliança a aumentarem seus próprios gastos em defesa.

Preparação da OTAN

Enquanto isso, a OTAN já se movimenta para compensar um eventual reajuste. O almirante italiano Giuseppe Cavo Dragone, maior autoridade militar da Aliança, declarou que a organização está pronta para enfrentar uma redistribuição de tropas norte-americanas.

Como parte dessas preparações, a Operação Centinela do Leste foi intensificada para reforçar a vigilância aérea, terrestre e marítima ao longo do flanco oriental, após incidentes recentes com drones e aeronaves russas no espaço aéreo de países aliados.

Uma Retirada Gradual e Parcial

Analistas acreditam que uma retirada total é improvável, mas uma redução parcial é tida como inevitável. O primeiro alvo provavelmente seria o contingente adicional de 20.000 soldados enviado à Europa após a invasão russa da Ucrânia em 2022. Especialistas descrevem que a logística para uma retirada em grande escala seria complexa e demorada, podendo levar pelo menos um ano para ser concluída.

Além disso, especialistas citam que Trump enfrentou significativa resistência interna em seu primeiro mandato quando tentou retirar tropas da Alemanha, um plano que foi subsequentemente arquivado pelo presidente Joe Biden. O contexto geopolítico atual, com a guerra na Ucrânia e uma Rússia mais assertiva, também é visto como um momento inoportuno para sinalizar fraqueza na segurança europeia.

Com informações de: CNN Espanhol, Costa del Sol FM, Defense Post, Democrata, Escudo Digital, Euronews, Nueva Sociedad, VOV World. ■