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A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (17) o regime de urgência para o Projeto de Lei 2162/23, que prevê anistia a participantes de atos golpistas ocorridos a partir de outubro de 2022. A manobra foi articulada pela oposição e pelo Centrão em mais uma "pauta-bomba" que atende a interesses polÃticos eleitoreiros, ameaça a democracia e sabota a agenda econômica do paÃs.
Com 311 votos a favor e 163 contra, a aprovação da urgência permite que o projeto seja votado diretamente no plenário, sem passar pelas comissões técnicas. O texto-base utilizado é de autoria do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), mas o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), já admitiu que o conteúdo final ainda será negociado.
A medida é amplamente reconhecida como uma tentativa de beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo STF a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, e viabilizar sua candidatura nas eleições de 2026. Aliados do ex-presidente admitem que as restrições judiciais impostas a Bolsonaro – como uso de tornozeleira eletrônica e proibição de usar redes sociais – dificultam sua estratégia polÃtica.
Além do claro objetivo bolsonarista, a pauta serve como retaliação ao governo Lula e como forma de atrasar votações essenciais para o paÃs, como:
Esta não é a primeira "pauta-bomba" aprovada pelo Congresso. Em julho, deputados haviam aprovado um projeto que incluÃa R$ 30 bilhões em crédito subsidiado para o agronegócio, em claro movimento de retaliação à s polÃticas econômicas do governo.
Juristas e especialistas apontam que a proposta de anistia é claramente inconstitucional. A Constituição Federal define crimes como tentativa de golpe de Estado como hediondos e inafiançáveis, não passÃveis de anistia. O texto em discussão pretende anistiar "todos que participaram de manifestações com motivação polÃtica e/ou eleitoral" entre outubro de 2022 e a entrada em vigor da lei.
LÃderes governistas criticaram veementemente a medida durante a sessão plenária:
Enquanto o Congresso prioriza pautas eleitoreiras, questões urgentes para o desenvolvimento do paÃs são negligenciadas:
Economistas alertam que a chamada "Taxação BBB" – sobre bancos, bilionários e apostas – não é um mero instrumento arrecadatório, mas questão de justiça fiscal. No entanto, setores conservadores do Congresso resistem à medida, preferindo privilegiar interesses de grupos econômicos poderosos.
A aprovação desta anistia representaria um perigoso precedente para a democracia brasileira, ao perdoar crimes graves contra o Estado Democrático de Direito. Especialistas em direito constitucional alertam que a medida:
O presidente da Câmara, Hugo Motta, tenta justificar a medida com discursos de "pacificação nacional", mas deputados governistas apontam que não há verdadeira conciliação sem justiça. A população brasileira, que majoritariamente rejeita os atos golpistas de 8 de janeiro, tende a ver esta anistia como mais uma manobra de uma elite polÃtica desconectada das reais necessidades do paÃs.
Enquanto isso, o ex-presidente Bolsonaro segue com restrições judiciais, mas seus aliados no Congresso trabalham para reverter seu quadro polÃtico e jurÃdico – ainda que ao custo de sacrificar a agenda econômica e ferir princÃpios democráticos básicos.
Com informações de: G1, UOL, Valor International, Forbes, Estadão Conteúdo■