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Protestos antimigração em Londres deixam 26 policiais feridos e 25 presos em confrontos
Marcha organizada por ativista de extrema-direita reuniu 110 mil pessoas e gerou violentos embates com forças de segurança, enquanto contramanifestantes pediam tolerância
Europa
Foto: https://dims.apnews.com/dims4/default/1fba73a/2147483647/strip/true/crop/3335x2223+0+0/resize/599x399!/quality/90/?url=https%3A%2F%2Fassets.apnews.com%2Fb1%2F84%2F9593a1c2f1341d9f86524e3577d7%2Faa136fad054444ed9f08772ec7ab2011
■   Bernardo Cahue, 13/09/2025
Em um dos maiores protestos antimigração das últimas décadas no Reino Unido, aproximadamente 110 mil pessoas marcharam no centro de Londres neste sábado (13 de setembro de 2025), em um evento organizado pelo ativista de extrema-direita Tommy Robinson. Os confrontos entre participantes e a polícia resultaram em 26 agentes feridos – quatro deles gravemente – e 25 prisões por crimes como desordem violenta, agressões e danos patrimoniais. A marcha, intitulada "Unite the Kingdom" (Unir o Reino), foi convocada em nome da "liberdade de expressão" e contra a imigração descontrolada, mas degenerou em violência quando manifestantes tentaram romper barreiras policiais que os separavam de um contramanifesto antirracismo. Policiais foram atingidos por garrafas, chutes, socos e outros projéteis, necessitando de reforços com escudos e equipamentos de choque .

Contexto e discursos inflamados

Os protestos ocorrem em um contexto de crescente tensão sobre imigração no Reino Unido, impulsionada pela chegada de milhares de migrantes por barcos infláveis pelo Canal da Mancha. Robinson, fundador da liga antimuçulmana English Defence League (EDL), discursou para a multidão com bandeiras britânicas, afirmando que "o patriotismo é o futuro" e que migrantes têm "mais direitos nos tribunais que o povo britânico" . O evento contou com a participação virtual do bilionário Elon Musk, que criticou a "migração massiva e descontrolada" e pediu a "dissolução do Parlamento" britânico. Também discursou o político francês de extrema-direita Éric Zemmour, que propagou a teoria conspiratória da "grande substituição" da população europeia por povos muçulmanos .

Contramanifestação e reações oficiais

Do outro lado, cerca de 5 mil contramanifestantes, incluindo políticos de esquerda e grupos antirracistas, marcharam sob slogans como "refugiados são bem-vindos" e "acabem com a extrema-direita". A deputada Diane Abbott acusou os aliados de Robinson de serem "forças antimulheres" . O assistente de comissária da Polícia Metropolitana, Matt Twist, classificou a violência como "inaceitável", destacando que agentes sofreram fraturas, concussões e ferimentos na cabeça. A secretária do Interior, Shabana Mahmood, prometeu "ação robusta" contra os responsáveis . Impacto político e social O protesto reflete a polarização no Reino Unido, onde o partido antimigração Reform UK ganha força nas pesquisas. Apesar do grande número de participantes, a marcha não superou o recorde do protesto pró-Palestina de 2023, que reuniu 300 mil pessoas .

Com informações de CNN, Sky News, PBS NewsHour, BBC, Euronews, CBC News, NPR, Al Jazeera, The Guardian. ■